Comentarista carrega mágoa com Galvão Bueno há anos: “Injustiça”

01/08/2023 às 18h54

Por: Caio Yokota
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Galvão Bueno (Reprodução/Web)

Em 2020, no meio da pandemia da COVID-19, a Globo reprisou os jogos de vários Mundiais. Durante a retransmissão do tetra, Galvão Bueno percebeu que pegou pesado com alguns jogadores, entre eles o meia Zinho.

Galvão Bueno

Galvão Bueno (Reprodução/Web)

Atual comentarista dos canais ESPN Brasil, o tetracampeão chegou a declarar que assistiu aos jogos da copa com o volume da TV baixo para não reviver as memórias que tanto magoaram ele e sua família.

A seleção comandada por Carlos Alberto Parreira ficou marcada na época por um jogo mais tático, diferente de outras seleções campeãs, como a amarelinha de 1970, por exemplo, que encantou o mundo com seu futebol alegre.

O atual momento talvez não permitisse que o divertimento fosse prioridade, pois o País ficou 24 anos sem erguer a taça. No fim, a urgência de um jogo mais direto foi efetiva e tirou o Brasil da fila.

“Enceradeira”

Casseta & Planeta

Casseta & Planeta (Nando Chagas / Divulgação)

Muitos gostam de comparar se os jogadores de hoje conseguiriam desempenhar no passado e vice-versa. Olhando para o futebol de hoje, com espaço reduzido e posicional, Zinho com certeza teria sucesso.

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Jogador extremamente técnico e tático, o meia-esquerda foi pilar por onde passou, mas o apelido negativo de “enceradeira” acabou pegando, muito por conta de Galvão, que nas transmissões do tetra enfatizava a alcunha.

De acordo com o ex-jogador, o narrador tinha seus alvos: Raí, Cafu, Branco e ele, Zinho. E, graças ao programa de humor Casseta & Planeta, a ofensa se popularizou.

“Ele [Galvão] me criticou na Copa, de gosto. Ele como narrador, não gostava do estilo de jogo da seleção (…) mas quem fez a brincadeira, a parte de comédia, de programa humorístico foi o Casseta & Planeta, que zuava todo mundo”, conta Zinho no podcast PodPorco em 25 de maio de 2023.

Condição

Renato Maurício Prado

Renato Maurício Prado (Reprodução / Web)

Não é novidade que Galvão tem seus desafetos. Na lista, constam nomes como Felipão, Rivaldo, Neymar e Renato Maurício Prado. Nem todos perdoaram o narrador, porém Zinho foi pelo caminho contrário.

No documentário sobre a vida de Galvão Bueno produzido pelo Globoplay, a produção procurou todos da lista a fim de uma reconciliação. O comentarista da ESPN aceitou, mas com uma condição.

“A produção dele [Galvão Bueno] me liga e eu pergunto se é ele que tomou essa decisão ou se foi a produção que armou a parada”, explicou Zinho.

De acordo com o ex-jogador, foi o próprio narrador que fez questão de encontrá-lo para pedir perdão.

“Ele viu essa minha entrevista, que eu não ouço a narração e ele vai assistir a Copa do Mundo toda de novo, e abaixou também o volume e ele reconhece que foi injusto. ‘Mas Zinho, eu estou aqui na sua casa, você foi o único que eu fiz questão de vir na sua casa, porque eu cometi uma injustiça com você”, relembrou o ex-meia.

Perdão

Zinho

Zinho (Reprodução / Web)

O jogador encerrou o assunto dizendo que a família sofreu muito com as declarações da época e o processo de se perdoar foi muito duro durante sua carreira.

“Aí o cara [Galvão Bueno] vai lá na sua casa, ‘desculpa eu errei com você. Me perdoa’. Ai eu virei pra ele disse assim: ‘não estou te perdoando por você, estou te perdoando por mim’. Eu não quero ter mágoa no meu coração”, finalizou Zinho.

Como jogador, Zinho foi pentacampeão brasileiro, conquistou diversos títulos nos clubes em que jogou e está marcado na história como um dos maiores vencedores do Brasil.

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