Maurício Noriega foi demitido da Globo em 2023, após ficar 21 anos na emissora. O jornalista foi por muito tempo o principal comentarista do SporTV ao lado de seu amigo, Milton Leite.
A dupla era responsável pelas grandes transmissões do futebol nacional e internacional. Figurinha carimbada nos programas, Noriega viveu a maioria das mudanças que o jornalismo passou dentro do Grupo Globo, mas o final não foi como o esperado.
O profissional e mais 19 colegas foram demitidos no mesmo dia, o que no jargão jornalístico é chamado de passaralho. Com a sensação de “boicote”, a relação construída em mais de duas décadas chegou ao fim.
Faltou olho no olho
Após a demissão, Maurício Noriega participou de diversos programas para falar sobre sua carreira e o desligamento da Rede Globo. Segundo o jornalista, sua demissão já não era uma novidade. Nos últimos anos, ele percebeu que seu nome não estava mais entre a equipe que cobria os grandes eventos.
“Em uma reunião que eu pedi com o cara que era meu chefe sobre a minha escala, ele virou pra mim e disse assim: ‘Você quer saber da Copa do Mundo, né?’. (…) No final da reunião, ele falou assim pra mim: ‘Você não vai para a Copa do Mundo’ e eu já esperava”, comentou no Flow Sport Club no dia 3 de maio deste ano.
A Copa do Mundo do Catar foi a que contou com menor equipe da Globo para realizar a cobertura in loco. Noriega realizou as transmissões do Brasil e já começou a se preparar para a demissão.
“E tem uma situação muito do dia a dia do trabalhador, quem é CLT, eu era CLT. Que cai o teu salário e quem é cadastrado na Caixa Econômica Federal recebe uma mensagem que caiu a parcela do seu FGTS; a minha não caiu. Aí eu cheguei em casa e falei: ‘Tô demitido’”, revelou Nori.
De acordo com Noriega, a pior parte da demissão foi a falta de consideração da emissora.
“A pior parte da coisa, porque eu acho que a empresa tem direito dela mandar quem ela quiser embora, como ela tem o direito de contratar. Mas acho que as coisas têm que ser olho no olho, com respeito”, afirmou.
Preconceito com paulista?
Após ser questionado qual seria o real motivo do seu desligamento, se foi por conta da mudança de direção ou o alto salário, Maurício Noriega não consegue separar as causas e diz que tudo influencia nesses momentos.
O jornalista fez questão de lembrar que os últimos profissionais demitidos foram da sede em São Paulo, como Casagrande, Jota Júnior, Cléber Machado e ele.
“Não é uma mágoa, é uma decepção”, finalizou Noriega.
