Não é segredo para ninguém que o mercado paralelo (no bom português, os produtos piratas) de artigos esportivos movimenta milhões de dólares ao redor do mundo. Desde o fabricante (normalmente de países do oriente) até os vendedores, a rede “pirata” envolve centenas de milhares de pessoas.

    Em 2022, estimou-se que a pirataria de artigos esportivos, no Brasil, causou R$ 9 bilhões em prejuízo. Foram mais de 40 milhões de consumidores, ou seja, 33% do mercado brasileiro (nestes artigos) comprando produtos ilegais, seja de forma online ou fisicamente.

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    Para minimizar o prejuízo, há um movimento entre clubes, fornecedores e marcas para reduzir a falsificação. Foi o caso do Fortaleza que, em 2019, preferiu fazer um produto menos elaborado, com menor custo, para atender ao público. O produto é oficial, dentro da lei e padrões do clube, e ainda assim, custava quase quatro vezes menos que o produto premium, na época.

    Linha pop

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    O torcedor encontrava a camisa facilmente nos mesmos camelôs do produto pirata, na porta do estádio, por exemplo. A camisa popular custava em torno de R$ 59,90 para o consumidor final.

    Para que o revendedor comprasse a camisa a preço de custo, o clube fez, (na época do lançamento) um cadastro, tornando-os revendedores oficiais, uma vez que a camisa popular não era vendida nas lojas oficiais. Na época, o torcedor que entregasse sua camisa pirata na compra de uma nova, oficial, ainda ganhava um desconto de R$ 10,00.

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    “O objetivo é atender a parcela da torcida que não pode pagar pelo modelo tradicional. A camisa oficial principal custa 225 reais (com 10% de desconto para sócio torcedor)”, disse Marcelo Paz (foto abaixo), presidente do Fortaleza, em entrevista à Exame em 2020.

    Marcelo Paz

    Outro diferencial do Fortaleza é a produção própria das camisas. O clube tem uma confecção para seus artigos esportivos, a exemplo de outros clubes. A primeira camisa popular oficial do clube foi criada pelo designer Bruno Bayma. No modelo popular há menos detalhes, para baratear o custo. A camisa principal tem o símbolo bordado (ao contrário da popular) e tem mais estrelas representando conquistas do clube.

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    Prejuízo na pandemia

    Durante a pandemia, com a suspensão dos jogos, tanto os clubes como os ambulantes tiveram um prejuízo absurdo, pois ficaram meses sem vender uma agulha sequer.

    Com a retomada dos eventos presenciais, a linha pop do Fortaleza também voltou, com força total. O relançamento da camisa popular aconteceu em agosto de 2022, mas o preço ficou mais salgado. O modelo agora sai por R$ 89,90, mas ainda custa bem menos que a camisa premium.

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    O departamento de licenciamento do time chegou a faturar mais de R$ 2 milhões em 2022, graças, em boa parte, à Camisa Pop. O clube, que lançou oito lojas no período, ainda licenciou dez escolinhas de futebol pelo País.

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