O dia 19 de julho de 1992 tinha tudo para ser uma grande festa. Era final de Campeonato Brasileiro entre Flamengo e Botafogo e o Maracanã contava com mais de 100 mil pessoas.

    Maracanã
    Acidente no Maracanã em 1992 (Reprodução / Web)

    Porém, um incidente minutos antes do jogo manchou a conquista, independente de quem saísse vencedor do confronto – no caso, o Flamengo.

    A arquibancada ocupada pelos flamenguistas foi palco de minutos de pânico. Uma das grades de proteção desabou, ocasionando a queda de vários torcedores.

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    De acordo com o Jornal dos Sports, o início da confusão foi motivado por conta de uma discussão no local.

    Torcedor armado

    Torcida do Flamengo
    Torcida do Flamengo (Reprodução / Web)

    Segundo informações, um dos envolvidos estava armado e ameaçou atirar para o alto. Diante do desespero, começou uma movimentação aglomerada e a grade de proteção acabou não suportando e cedeu.

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    O acidente deixou 82 pessoas feridas e três mortos, sendo dois deles menores de idade. Sérgio de Souza Marques, de 25 anos, Federico Castilho de Oliveira, de 16, e Cláudio José Rocha Galda, 17, foram as vítimas fatais da tragédia.

    Apita o juiz

    José Roberto Wright
    José Roberto Wright (Reprodução / TV Globo)

    Para muitos, a partida deveria ser adiada, menos para o árbitro José Roberto Wright, que optou pela realização do jogo.

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    “Após o coronel-comandante me detalhar aquela situação lamentável, ponderei que havia em torno de 130 mil pessoas que foram assistir a um jogo no Maracanã. Perguntei ao coronel se teria possibilidade de colocar em torno 50 policiais no local onde o alambrado cedeu, e, ao receber o aval dele, decidi que a final ocorreria”, contou Wright ao Lance dia em 19 de julho de 2017.

    Segundo o ex-árbitro, a confusão poderia ser maior caso não tivesse jogo, podendo gerar mais revolta a quem estava no estádio.

    “Por mais que o incidente tenha sido grave, a opção por suspender o jogo poderia causar um tumulto maior. Mas a situação mostrou-se correta. E, dentro de campo, os dois jogos foram tranquilos, sem maiores problemas”, lembra Wright ao Lance dia 19/07/2017.

    Mesmo diante de uma tragédia, os responsáveis pelo jogo aceitaram entrar em campo e jogar 90 minutos como se nada tivesse acontecido.

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    O jogo

    Flamengo e Botafogo na final do Campeonato Brasileiro de 92
    Flamengo e Botafogo na final do Campeonato Brasileiro de 92 (Reprodução / Web)

    O Flamengo jogava pelo empate, já que vencera o primeiro embate por 3 a 0. Com larga vantagem, o clima nas ruas era de festa, diferente do que se viu em campo. O jogo de volta terminou em 2 a 2, com mais de 80 pessoas feridas e três óbitos.

    O presidente da SUDERJ (Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro) e mandatário do Flamengo na época, Márcio França, disse ao Lance que não conseguiu comemorar o título por conta da tragédia.

    O ex-cartola chegou a comentar com o então Governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, sobre as condições do Maracanã.

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    “Em um despacho que tive com o governador Leonel Brizola, eu chamei atenção de que o Maracanã estava deteriorado, e alguma coisa podia acontecer. Era preciso uma recuperação grande, muito grande”, declarou França em 19 de julho de 2017.

    O estádio foi interditado e, somente em fevereiro de 1993, após 205 dias sem receber jogos, foi reaberto para um amistoso entre Flamengo e Cruzeiro, quando o time carioca venceu por 2 a 0.

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