Após atacar Tite, apresentador ameaça expor ex-jogador do Corinthians
20/12/2022 às 15h00
Nos últimos dias, principalmente após a revoltante derrota do Brasil para a Croácia, na Copa do Catar, o ex-jogador e apresentador Neto estava igual televisão velha, sem controle. Neto é apresentador do programa Donos da Bola, da Band.
Ao final do jogo, que aconteceu no dia 9 de dezembro, Neto entrou ao vivo e, aos berros, criticava a atuação do ex-técnico da seleção, Tite. Com palavras de baixo calão, disparou:
“Tite, filho da p***, seu desgraçado! Eu falei que era o Neymar para bater (o pênalti). A culpa é do Tite! O Neymar deixou de bater o pênalti, o maior cobrador do mundo! Seu sem-vergonha! Você não merece estar aí”, falou.
Opiniões divididas
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A reação de Neto dividiu opiniões. Para milhares, ele foi a voz (e o choro) que expôs a revolta de uma torcida desolada. Para outros, ele passou do ponto.
Conforme noticiou o portal ESPN, Ronaldo Fenômeno (durante uma live em seu canal Ronaldo TV) criticou a postura de Neto, alegando que o apresentador está incitando o ódio.
“Essa guerra pelos likes e engajamento… Você vê o Neto descontrolado, xingando todo mundo, menor respeito pelas pessoas. Isso devia ser proibido, essa incitação ao ódio. A pessoa chega a babar de ódio falando do outro, uma coisa horrível!”, falou Ronaldo.
Direito de resposta
Como Neto não tem “tramelas na língua”, já rebateu a crítica na abertura do seu programa, dia 14 de dezembro:
“(…) Ronaldo, deixa eu falar pra você… Primeiro, eu represento o povo. Você representa os ricos, quem compra direitos esportivos. Você compra jogadores. Falou em 2014 que não precisava de hospital aqui e 700 mil pessoas morreram. Você não vive no Brasil. Está aqui. Como jogador é um fenômeno, um dos maiores de todos. E eu não estou nem aí para você, meu irmão. Por sinal, você poderia falar para todo mundo o que você fez em Presidente Prudente, na casa do Antônio Carlos, quem dirigiu a Kombi. Quando você fala de mim, cuidado que seu telhado é de vidro”, falou em tom ameaçador.
E não parou por aí, Neto criticou feitos recentes do ex-jogador.
“Faço isso há 20 anos, não sou bacana igual você. Eu não como carne de ouro, irmão. O povo come carne de segunda, e eu represento o povo. Você representa o ouro, Midas, tudo que a gente não tem. Você tem o direito de me criticar, de achar que eu não poderia ter feito aquilo, mas eu fiz. Está acabado, está feito e eu faço de novo. Você passou pano na cabeça de todos os jogadores. Você teve COVID-19 e jantou com jogadores. Falou mal do Danilo, que a seleção não poderia tomar gol em cinco minutos. Por que não falou isso antes?”, completou
Além de criticar a postura de Ronaldo, Neto ainda apontou o dedo para a proximidade do Fenômeno com ex-dirigentes da CBF, presos por corrupção:
“Eu não passo pano. Talvez me prejudique por isso. Você vai ter canal de televisão, manda na CBF, (…) na Copa de 2014 estava junto com o Marco Polo Del Nero, José Maria Marín, com todos os ladrões que foram presos. Eu não, eu moro na Paraisópolis. Não preciso de você. Não joguei 0,00001% do que você, mas sou muito melhor como homem, como ser humano. (…) Não tenho medo de você. Se ficar enchendo muito o saco, eu falo tudo o que aconteceu em Presidente Prudente”, concluiu.
Noitada no Pop’s Drinks
Mas, afinal de contas, o que aconteceu em Presidente Prudente? Segundo o portal FutFlix, o bafão foi a saída clandestina de Ronaldo e o diretor técnico do Corinthians, Antônio Carlos Zago (foto acima), em uma boate na cidade do interior de São Paulo, em meados de 2008. Ronaldo acabara de ser contratado pelo Timão e deveria ter se apresentado às 23h na concentração, mas só apareceu por volta das 5h30 da manhã. A “gandaia” rendeu uma multa salgada ao então jogador e a demissão de Antônio Carlos.
A confirmação do acontecido veio através da coluna de Cosme Rímoli, que num artigo de 2017 conta a derrocada de Antônio Carlos Zago, com sarcasmo, ares de vingança e riqueza de detalhes, após ter sido prejudicado pelo então diretor técnico.
Na fatídica estreia de Ronaldo, numa partida contra o Palmeiras, em Presidente Prudente, Antônio Carlos ofereceu um almoço em sua mansão (pois ele é nascido em Presidente Prudente), para Ronaldo, Andrés Sanchez (presidente do clube, na época) e o prefeito da cidade. Como era folga dos jogadores, o almoço se estendeu. Uma bebida aqui, outra acolá e lá se foi o juízo.
Como relatado acima, Antônio Carlos levou Ronaldo para uma casa de shows eróticos, e o Fenômeno “enfiou o pé na jaca” (e olha que não era só o pé que ele queria…). Chegou bêbado ao hotel, junto com uma prostituta, e queria a qualquer custo que ela subisse com ele para o quarto. A equipe de segurança proibiu e o atacante fez um escândalo. Logicamente que a equipe pôs panos quentes, a estreia aconteceu e “seguiu-se o baile”.
Anos mais tarde, Neto joga a verdade na cara de Ronaldo e comprova a máxima de “quem não tem teto de vidro, que atire a primeira pedra” ou, para ficar mais didático, não faça a primeira crítica.