A Globo não vai dar continuidade ao programa Seleção do Samba, que mostrava na TV as disputas das Escolas do Rio de Janeiro e São Paulo para definirem seus hinos para o carnaval seguinte. A atração carioca, que se encaminhava para a terceira temporada, teve apresentação do narrador Luis Roberto.
O motivo é o fraco retorno comercial que a atração obteve em suas duas exibições, além do interesse da Liga das Escolas de Samba (Liesa) em comercializar o formato e outros projetos com concorrentes da Globo e plataformas.
O produto repercutiu muito bem nas redes sociais, emplacando diversos termos entre os assuntos mais comentados do Twitter, mesmo fora do carnaval. No entanto, de acordo com o site TV Pop, o programa não conseguiu angariar grandes anunciantes.
Com o interesse maior do público mais velho, as marcas não se interessaram tanto em patrocinar o formato, assim como vem ocorrendo com as transmissões dos próprios desfiles.
Globeleza engessada
Até existe o interesse dos mais novos, muito em vista dos comentários existentes na internet, mas, para as empresas, o formato das transmissões não é mais interessante.
Nos últimos dois anos, a Globo teve prejuízo com a venda de cotas para os desfiles. Apenas a Brahma garantiu o patrocínio em 2022 e 2023, o que rendeu prejuízos financeiros milionários à emissora.
Este ano, por exemplo, foram disponibilizadas cinco cotas, sendo que apenas uma foi comercializada pela cervejaria. O mesmo aconteceu em 2022, quando os festejos ocorreram em abril por causa da pandemia de Covid-19.
Apesar de garantirem alta audiência para os padrões da madrugada, em torno de 9 pontos no Ibope – quando o normal é algo em torno de 4 ou 5 -, os índices apontam para uma queda progressiva.
Evolução comprometida
A verdade é que a comparação se mostra totalmente injusta com os números do passado, uma vez que o consumo da TV de um modo geral se modificou bastante nos últimos anos. Ou seja, os 20 pontos de outrora, agora são completamente irreais e inatingíveis.
Contudo, é um fato que os desfiles já não marcam mais números tão expressivos, revelando uma fuga de telespectadores.