Diferente de hoje, a realidade do Palmeiras em 2011 era cercada pelo amadorismo da sua diretoria e por péssimos resultados em campo. Ainda que a fase não fosse boa, o clube se esforçava para melhorar o elenco. Foi assim que o argentino Alejandro Martinuccio virou pauta no Verdão.
O meia foi destaque do Peñarol na Libertadores daquele ano, chegando à final vencida pelo Santos. O argentino assinou um pré-contrato com o Palmeiras por três temporadas, com uma multa rescisória no valor de R$ 50 milhões.
Comemoração antes da hora
A torcida alviverde já comemorava a contratação quando Martinuccio foi apresentado nas Laranjeiras, como novo meia do Fluminense.
A briga foi parar na Justiça em 2014, quando o alviverde acionou o TJ-SP alegando que o Fluminense aliciou o atleta, além de se justificar ter sofrido danos materiais e morais.
Três anos depois, o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu a vitória ao clube carioca, rejeitando a apelação do Palmeiras.
O Verdão havia ganhado parcialmente, em decisão que constava que receberia R$ 150 mil, contudo, uma semana depois, os advogados do Fluminense entraram em cena.
Girando entre clubes
Se fora dos gramados os palmeirenses perderam após a decisão judicial a favor do Fluminense, dentro de campo os torcedores agradeceram pelo imbróglio que o levou para longe das alamedas alviverdes.
Se você perguntar ao torcedor do Fluminense se ele se lembra do meia argentino Martinuccio, com muito pesar ele vai dizer que sim, mas que a vontade era deletar da mente essa contratação. O atleta nem de longe foi aquele jogador habilidoso e decisivo que se destacou no Peñarol.
Apagado, o argentino começou a perambular por vários clubes. Seu primeiro empréstimo foi para o Villarreal, da Espanha, mas no mesmo ano retornou ao Brasil para defender o Cruzeiro.
Após três anos de poucos jogos na Raposa, Martinuccio foi para o Coritiba, onde fez 15 jogos e marcou apenas dois gols. Em 2015, o seu contrato com o Fluminense se encerrou, mas o meia continuou por aqui. Dessa vez, para defender a Chapecoense.
Por uma contusão, Martinuccio escapou daquilo que poderia ser o fim da sua vida. O meia estava lesionado quando aconteceu a tragédia com o avião que levava a Chapecoense à Colômbia.
Martinuccio seguiu sua carreira de maneira discreta e, atualmente com 35 anos, joga pelo Club Comunicaciones, da Argentina, que disputa a Primeira B Metropolitana.
Outro caso
O caso de Martinuccio não foi o primeiro envolvendo Fluminense e Palmeiras. Em 2007, o ex-jogador Thiago Neves assinou um pré-contrato com o alviverde. O meia canhoto chegou a receber R$ 400 mil do clube paulista como luvas.
Em entrevista ao podcast Papo de Guerreiro, no dia 24 de setembro de 2022, o ex-Fluminense contou o motivo de não ter ido para o Palmeiras.
De acordo com o jogador, ele não teria seu contrato renovado com o Fluminense e voltar ao Paraná não era uma opção; foi quando o Palmeiras. Contudo, Renato Gaúcho, seu técnico na época, entrou em ação.
“Ele [Renato]: ‘Fala a verdade comigo, eu que te ajudei, estou te dando a camisa para jogar’. E eu: ‘Não professor, estou vendo outra coisa’. E ele: ‘P*, então você hoje não vai jogar’. Falou assim mesmo. E minha família toda no estádio. ‘Poxa, Renato, não faz isso’. Ele: ‘Vou te dar um prazo de uma semana, ou você abre o jogo ou renova, mas você não vai jogar até a gente resolver isso aí, está com a cabeça em outro mundo’, contou Thiago.
Na mesma entrevista, o ex-meia relembrou que deu entrada em um apartamento com as luvas cedidas do Palmeiras.