Se atualmente a fase do Paraná beira à falência, é muito por conta das administrações passadas, que não tiveram o menor carinho com o clube que foi sensação nos anos 90.

    Vágner Bacharel
    Vágner Bacharel no Paraná (Reprodução / Web)

    Logo no início de sua fundação, o Tricolor enfrentou sua primeira crise, que levou anos para se resolver. Em 1990, chegava ao clube o habilidoso Vágner Bacharel para ser o primeiro capitão da equipe comandada por Rubens Minelli.

    Ainda que experiente, Bacharel tinha tudo para ser uma referência na história do Paraná. Porém, após a negligência da equipe médica do clube e do Hospital Evangélico do Paraná, o ex-zagueiro perdeu a vida depois de um choque de cabeça em uma partida contra o Campo Mourão, pelo campeonato estadual.

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    O falecimento do atleta rendeu uma enorme dívida para a direção paranista e para o hospital. Somente em 2015, 25 anos após o ocorrido, o clube conseguiu pagar o valor do débito à família do ex-zagueiro.

    Venda salvadora

    Giuliano, jogador formado pelo Paraná
    Giuliano, jogador formado pelo Paraná (Divulgação / CBF)

    A Justiça condenou os culpados pela negligência no caso de Bacharel. Os médicos foram condenados na esfera cível, o hospital por negligência, enquanto o Paraná foi apontado como corresponsável.

    A decisão decretou o pagamento de 500 salários mínimos por danos morais e dez salários mínimos mensais até o ano em que a vítima completasse 65 anos.

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    O Paraná já havia quitado a sua parte da dívida, contudo, o Hospital Evangélico fechou as portas após declarar falência. Logo, a Justiça determinou que o clube assumisse a outra parte que faltava.

    O Paraná conseguiu quitar a dívida graças a outro jogador e ao mecanismo de solidariedade da Fifa, que dá o benefício ao clube formador de ficar com uma porcentagem de 2,5% do valor de cada transferência internacional.

    O jogador em questão é o meia Giuliano, atualmente no Corinthians. Em 2014, o Grêmio pagou 8 milhões de euros ao Dnipro, da Ucrânia, para repatriar o atleta. A negociação rendeu R$ 600 mil ao Paraná, de acordo com a cotação da época.

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    Empresário salvador

    Vágner Bacharel
    Vágner Bacharel (Reprodução / Web)

    Antes de quitar o valor, o Paraná se viu diante do mesmo destino que o hospital chegou. A fim de evitar o pior, o clube foi obrigado a penhorar imóveis e verbas. Diante da dificuldade, a família de Bacharel concordou em fazer um acordo para receber 50% do valor à vista e parcelar a outra metade.

    As parcelas atrasaram, o desespero bateu na porta da Vila Capanema quando um salvador chegou para ajudar o clube. Foi neste contexto que Werner surgiu. O empresário já investia na base do Tricolor e, em 2015, passou a comandar a reestruturação do clube.

    Sem dinheiro em caixa, Werner tirou R$ 600 mil do seu bolso para pagar a família da vítima e, após a venda de Giuliano, o Paraná ressarciu o empresário.

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    Conforme matéria da Gazeta do Povo, no dia 18 de abril de 2015, o buraco que o esposo e pais de dois filhos deixou não havia sido fechado.

    “A passagem do tempo nesses 25 anos só foi cronológica. Para mim e para os meus filhos, não ter o Vágner é um buraco em que entramos e não sairemos nunca mais”, declarou Renata, esposa de Bacharel.

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