Vício impediu ídolo do São Paulo de ir mais longe: “Fui alcoólatra”
20/07/2023 às 11h16
Cícero João de Cézare, mais conhecido como Cicinho, ex-lateral da Seleção Brasileira, alçou voos altos de forma tão meteórica que a queda não demorou a chegar. O álcool foi o grande inimigo de sua carreira.
Cicinho no São Paulo (Rubens Chiri / saopaulofc.net)A relação entre o ex-jogador do São Paulo e a substância começou cedo. Aos 13 anos, o menino de Pradópolis, interior de São Paulo, experimentou pela primeira vez uma bebida alcoólica e, desde então, não parou mais.
Seu talento para o futebol era tão grande que nem mesmo as bebidas puderam evitar que ele se tornasse um jogador profissional de futebol. Cicinho começou a carreira em 1999, no Botafogo de Ribeirão Preto, quando chamou a atenção do Atlético Mineiro.
Saiu do interior para conquistar o Mundo
Depois de duas temporadas no Galo, o lateral direito se transferiu para o São Paulo. O jovem jogador fez parte de um dos períodos mais especiais da história do tricolor paulista: a conquista do Tricampeonato Mundial de Clubes.
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Em 2005, Cicinho se transferiu para o elenco de galácticos do Real Madrid, época em que as convocações para a Seleção Brasileira já faziam parte da sua rotina.
Deslumbrado com a ascensão, a companhia do álcool esteve presente em todos os momentos e, em certa altura, começou a ter mais protagonismo que a bola.
Cicinho foi um dos personagens da série Ressaca, produzida pela EPTV, afiliada da TV Globo, e relembrou como era a rotina no clube merengue.
“Se você me perguntar se eu já fui treinar bêbado no Real: já. E tomava café para tirar o bafo, banho de perfume. Falando na minha profissão, como ex-atleta profissional de futebol, era fácil, não precisava de dinheiro para conseguir (bebida). As pessoas tinham prazer em te dar em restaurante, tudo”, revelou o ex-jogador.
Intervenção familiar
Cicinho fez parte dos selecionáveis para defender o Brasil na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. No ano seguinte, foi vendido para o Roma da Itália, sendo nesta temporada que ele conheceu o fundo do poço através da bebida.
Após sofrer a segunda lesão rompendo os ligamentos no joelho, o jogador confessou que se entregou ao vício.
“Começava a beber depois do treinamento. Eu fazia o trabalho de fisioterapia, voltava para casa umas 14h, 14h30 e só parava de beber 4h. Cada vez que eu chegava embriagado na Roma, os dirigentes viam e isso fazia com que eu caísse em descrédito”, afirmou à EPTV.
A situação era tão séria que a família precisou intervir na vida do ex-lateral. O pai e a irmã de Cicinho, que já cuidavam dos bens, buscaram na justiça um pedido de interdição a fim de administrar o patrimônio, que de acordo com o próprio jogador, ele já não tinha condições de cuidar.
E olhando para o passado, Cicinho avalia o que passou e hoje, quase 10 anos sem consumir álcool, passa o maior tempo junto das pessoas que ama.
“O álcool coloca você cercado de pessoas que gostam daquele estilo de vida, e as pessoas que te amam verdadeiramente são excluídas, pois, quando te colocam contra a parede, falando que sua vida não está legal, você não quer ouvir”, afirmou.
Por Onde Anda Cicinho?
Hoje, com 43 anos, Cicinho é um dos integrantes do programa Arena SBT, que vai ao ar toda segunda-feira. O programa apresentado por Téo José também conta com a participação do ex-atacante Emerson Sheik.
No ano passado, o ex-jogador foi convidado para ser embaixador da Pepsi. A marca revitalizou um campinho na Rua Catar, localizada na Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo, e Cicinho esteve presente para prestigiar o torneio de futebol com os moradores da comunidade.
Com uma carreira invejável, a principal missão do comentarista é conscientizar os jovens de como a bebida pode influenciar negativamente a vida de uma pessoa.