Vasco, Barcelona e Portuguesa: relembre a trajetória de Roberto Dinamite

Roberto Dinamite, o maior ídolo da história do Vasco, morreu neste domingo (8), com 68 anos de idade, no Rio de Janeiro. Internado desde a última quinta-feira (5), quando teve uma piora no quadro de câncer no intestino que vinha enfrentando, o ex-atacante não resistiu.

Carlos Roberto de Oliveira era uma referência do futebol vascaíno, sendo o maior artilheiro e o jogador que mais vezes vestiu a camisa do time. Na carreira, também alcançou feitos como se tornar o maior goleador da história do Campeonato Brasileiro (190 gols) e do Campeonato Carioca (279 gols).

E não foi apenas no campo que Dinamite fez história, ele também foi presidente do Vasco em duas gestões entre 2008 e 2014. Fora do mundo da bola, foi eleito vereador, em 1992, pelo PSD, e em 1994 se elegeu deputado federal, cargo em que atuou por cinco mandatos.

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Dinamite no Vasco

Nascido no dia 13 de abril de 1954, na cidade de Duque de Caxias (RJ), Calu – como era conhecido quando criança – demonstrava muita intimidade com a bola. Com essa estrela pronta para brilhar, aos 12 anos era titular do principal time do seu bairro, o Esporte Clube São Bento.

Talentoso, habilidoso e fominha, Roberto não largava a bola nem para dormir. Em 1969, então com 15 anos, foi convidado para fazer parte das categorias de base do Vasco. Um mês depois, já estava integrado à equipe juvenil e, ao fim de um ano no clube, já anotava mais de 46 gols em sua conta.

Roberto recebeu a alcunha de “Dinamite” graças ao Jornal dos Sports, mas existem várias lendas que explicam o apelido. Em entrevista ao UOL Esporte em 2019, o ex-jogador citou uma manchete de jornal após a sua primeira partida no Maracanã, realizada entre Vasco e Internacional.

“Na época, o técnico interino me levou para a partida no Maracanã e eu entrei no segundo tempo. Peguei uma bola na intermediária, fui levando, levando, dei um corte no zagueiro e bati, um chute forte, de fora da área”, explicou.

“Naquela época, a rede tinha um ferrinho, não era esticada como é hoje. Quando a bola entrou, ela levou a rede, carregou. E um fotógrafo tirou a foto e mostrou [para o time do Vasco]. O Jornal dos Sports deu, à época, ‘o garoto dinamite explode o Maracanã’. Desse título [da matéria, no jornal já extinto], surgiu o Roberto Dinamite”, completou.

Dinamite realmente explodiu no clube cruz-maltino. E os números falam por si. Em 29 anos de “serviços prestados”, foram 1.110 jogos com a camisa do Gigante da Colina e 708 gols. Números que foram revertidos em títulos: o Campeonato brasileiro de 1974 e cinco edições do campeonato carioca.

Clubes onde Dinamite jogou

Em 1980, Roberto Dinamite foi vendido ao Barcelona e tudo encaminhava para que o atacante brilhasse por lá. Porém, pouco antes de sua estreia, uma troca no comando técnico do time espanhol tirou o jogador de cena.

Em apenas três meses no Barça, Dinamite disputou 11 jogos e marcou três gols. Como não foi integrado como devia à equipe, o Vasco foi buscar o jogador e o repatriou; ele ficou na equipe até 1989.

Após sua constatação como ídolo máximo do Vasco, Dinamite foi emprestado à Portuguesa de Desportos em 1989, já com 35 anos de idade, onde participou de uma grande campanha do time. Em 18 jogos, marcou nove gols.

O atacante também foi emprestado ao Campo Grande, mas retornou à Colina para encerrar a carreira. Em 1992, Roberto Dinamite vestiu a camisa do Vasco e, mesmo em reta final de carreira, foi campeão carioca pelo clube.

Pela Seleção Brasileira, Dinamite esteve nas equipes que disputaram as Copas de 1978 e 1982, além de fazer parte do esquadrão em outras oportunidades. Pelo time canarinho, onde esteve de 1975 à 1984, disputou 47 jogos – entre oficiais e amistosos – e marcou 25 gols.

Família Dinamite

Em 1972, Roberto Dinamite se casou com Jurema Crispim, que mais tarde ficou conhecida como Jurema Dinamite. Com ela, o ex-jogador teve duas filhas, Thatiana e Luciana. Em 1984, a então esposa e empresária do atacante faleceu em decorrência de uma hemodiálise.

Mais tarde, em 1987, Dinamite se casou com Liliane, que esteve ao lado do marido até o fim de sua vida. Juntos durante 36 anos, tiveram dois filhos, Roberta e Rodrigo – o único filho homem, que atuou como jogador pelo Duque de Caxias.

Além dos quatro filhos, Dinamite deixou duas outras riquezas de sua vida, os netos Valentina e Bento.

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