Times do interior desbancam grandões na luta para chegar ao Brasileirão
27/07/2023 às 15h26
O trabalho sério e o profissionalismo de Mirassol e Novorizontino estão colocando à prova o alto investimento e a tradição de grandes clubes que disputam a Série B do Campeonato Brasileiro. Ambos são clubes do interior paulista e constantemente causam problemas para as grandes equipes no campeonato estadual.
Novorizontino na Série B em 2023 (Gustavo Ribeiro / Novorizontino)Ao fim do primeiro turno, o Tigre ocupa a vice-liderança da competição, com 36 pontos. O Leão figura no sétimo lugar, com 31 pontos, enquanto o Botafogo de Ribeirão Preto, outro time tradicional do estado de São Paulo, ocupa a nona colocação, com 30 pontos.
Equipes mais tradicionais na briga pela elite do futebol brasileiro, como Ceará, Atlético Goianiense, CRB, Ponte Preta, Chapecoense e Avaí estão mais atrás na tabela – os dois últimos estão amargando a zona de rebaixamento.
Campanhas memoráveis
Fazendo bonito na Série B, Mirassol e Novorizontino são as menores cidades em todas as divisões a receberem jogos. O município de Novo Horizonte possui 41,7 mil habitantes, enquanto Mirassol tem 60,7 mil cidadãos.
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Outra coincidência é que ambos os estádios têm a mesma capacidade, cerca de 14 mil pessoas. A tradicional arquibancada – desconfortável – de “cimentão” está presente nas duas casas, embora os gramados apresentem ótimas condições.
O Campeonato Paulista é, de longe, o mais forte entre todos os estaduais, com 11 clubes divididos entre as principais divisões nacionais, sendo seis na Série B e cinco na Série A.
Estado com histórico de peso
Com muita força, o Estado de São Paulo teve outros clubes que figuraram na elite do futebol nacional, mas hoje amargam má fase.
O Grêmio Prudente/Barueri, que hoje manda seus jogos em Presidente Prudente, esteve em duas temporadas da primeira divisão (2009/2010) e viveu seu auge na década passada. Outro time que figurou duas vezes na Série A foi o Santo André, em 1984 e 2009. O ponto alto da equipe andreense foi em 2004, quando conquistou a Copa do Brasil.
Já o inesquecível Azulão, o São Caetano, é um time jovem – apenas 33 anos de vida – com muita história para contar. Campeão Paulista em 2004 e vice da Libertadores em 2002, o time estreou na Série A em 2000 – chegou à final e terminou a competição em segundo lugar. No ano seguinte, foi vice-campeão novamente. Ao todo, foram sete temporadas no Brasileirão.
O Botafogo de Ribeirão Preto, conhecido como Pantera da Mogiana, esteve por seis vezes na elite do futebol nacional. A última aparição do time que revelou Sócrates e Raí no principal certame nacional foi em 2001.
E isso para falar dos times que estiveram na Série A mais recentemente. Nos anos 70 e 80, o Campeonato Brasileiro tinha dezenas de participantes, entre eles Ferroviária, Comercial, Inter de Limeira, São Bento, Francana e São José.
Time consolidado na elite
Sensação nos últimos anos, o Bragantino já se fez presente na primeira divisão do Campeonato Brasileiro no passado, antes de ser adquirido pela empresa de energéticos.
Tirando os anos em que o Massa Bruta jogou a Série A contando com o aporte da Red Bull (2020 – 2023), o time disputou a primeira divisão em oito oportunidades. A estreia aconteceu em 1990 e, no ano seguinte, o Bragantino terminou em segundo lugar.
O clube ficou oito anos consecutivos na elite, de 1990 a 1998, e só retornou após a venda à empresa austríaca.
Será que chegou a vez do Mirassol e do Novorizontino conseguir esse feito?