“A pessoa certa, no momento certo”. Se tem alguém que pode falar essa frase com toda propriedade é o comentarista esportivo Chico Lang, da TV Gazeta.
Raul Gil (Reprodução / SBT)O jornalista já passou por poucas e boas devido às suas opiniões fortes e polêmicas, mas ele poderia ter sido baleado se não fosse a presença milagrosa do apresentador Raul Gil, do SBT.
Confusão na porta do estádio
Corintiano roxo, durante muitos anos Chico dividiu a bancada do Mesa Redonda com Roberto Avallone, palmeirense fanático. Não era difícil ver os dois defendendo seus times e, muitas vezes, tirando sarro um do outro quando um deles perdia um clássico.
Em entrevista ao jornalista Fefito, em 11 de junho deste ano, Chico Lang contou que estava indo embora do estádio quando foi abordado por um torcedor armado.
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“Eu estava no estádio do Morumbi e fui para o estacionamento pegar o meu carro. Quando eu estava entrando no carro, o cara apontou o revólver e me disse ‘Hoje você vai morrer’ e eu falei ‘Vou? Por que você vai me matar?’ e ele disse ‘Porque você é o Roberto Avallone e torce para o Palmeiras’”, relatou.
Anjo da guarda
Acuado, ele foi salvo por outro corintiano: o apresentador Raul Gil, que estava perto e foi acudir o amigo.
“’Esse aqui é mais corintiano do que eu e você juntos’. O Raul tirou o revólver das mãos dele. Disse que ele ia matar um corintiano e que isso era uma irresponsabilidade. Aí ele disse no meu ouvido para eu entrar no carro e ir embora. Eu devo essa ao Raul”, disse o jornalista.
Enfrentando o luto
Mas Chico viveu um drama muito pior do que qualquer partida de futebol. Ele perdeu dois filhos: Paulo, que cometeu suicídio em 2018, e Pedro, em 2019, que morreu por conta de um câncer de língua causado pelo vício em crack.
“Eu encarei o problema, me aprofundei e entendi o problema e a atitude do meu filho. Hoje eu tenho uma nova forma de ver a vida, de enxergar as coisas. (…) Aceitei a tragédia e aquilo me deu força para continuar”, contou Chico.
“Eu fui no caminho da ciência e não me arrependi”
O jornalista se apegou à ciência, e passou a tratar de seu luto com terapia e psiquiatria.
“Eu não escolhi o caminho da religião porque é muito simples. Eu fui no caminho da ciência e não me arrependi. Tenho acompanhamento com psicólogo e psiquiatra e a tranquilidade necessária para encarar a vida daqui para frente”, declarou.
Outro ponto importante para Chico é o trabalho, que ele não larga mão: além do Mesa Redonda, ele faz parte do time de comentaristas da Gazeta Esportiva.