Nariz impedia ponta-esquerda do Botafogo de ter bom desempenho

21/01/2023 às 15h00

Por: Jônatas Mesquita
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Entre 1964 e 1966, o São Paulo FC contava com o ponta-esquerda Valdir Birigui. Pelo tricolor, o jogador disputou 64 partidas, das quais 34 resultaram em vitórias, 15 em empates e outras 15 em derrotas.

Com 20 gols marcados pelo clube em sua trajetória, Valdir penava para ter um bom desempenho dentro do campo. Tudo por conta do seu nariz.

Desvio de septo

Valdir Birigui no São Paulo

Em seu último ano de São Paulo (foto acima), o jogador revelou em entrevista à Revista do Esporte, que não vinha produzindo tudo aquilo que esperava produzir, tudo por sofrer de um desvio de septo.

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“Embora tenha feito uma operação para corrigir esse defeito, já vi que serei obrigado a enfrentar novamente o bisturi para ficar cem por cento. A primeira intervenção cirúrgica apenas reduziu o mal, não o eliminou”, disse em entrevista à publicação em 1966.

Ida para o São Paulo

Excursão time do São Paulo 1964

Valdir chegou ao São Paulo vindo do Birigui, no início de 1964, por um passe de nove milhões de cruzeiros. Logo que chegou ao tricolor, participou de uma excursão ao exterior, tendo realizado boas partidas, mas, no início do campeonato daquele ano, sofreu uma distensão e teve que ficar de fora do time por seis meses.

“Quando fiquei bom, fui obrigado a esperar a chance para voltar ao quadro titular, o que só aconteceu no término do certame de 1965”, disse à Revista do Esporte.

“O interessante é que a chance apareceu numa posição que não era a minha: ponta-direita. O ‘Seu’ Jim Lopes, que era o treinador, colocou-me ali. De vez em quando, eu trocava com o Paraná e, como ele ia melhor pela direita, o técnico realizou a troca. Paraná começou a atuar pela direita e eu fiquei na minha real posição”, completou.

Carreira de poucos clubes

Valdir Birigui em jogo comemorativo pelo São Paulo em 2005

Filho de Silvio M. Da Silva e Iolanda G. da Silva, Valdir Gadioli da Silva nasceu em Birigui no dia 23 de novembro de 1943. Desde pequeno, gostava de disputar uma pelada, o que os pais nunca impediram. Aliás, Sr. Silvio, são-paulino roxo, sempre desejou que o filho se tornasse profissional do futebol.

Com velocidade na extremidade do gramado, o jogador também contava com a sorte para marcar seus gols. Com boa média de tentos marcados, Valdir Birigui atribuía a quantidade de sucesso ao seu estilo de jogar futebol.

“Jogo na frente, aproveitando os lançamentos longos e fechando para dentro da área. Muitos me condenam, achando que eu deveria ir à linha de fundo. No entanto, prefiro fazer a jogada direta, ir para o gol. Chuto bem e trato de aproveitar todas as chances para marcar os gols. A perna da fé é a esquerda”, disse à Revista do Esporte.

Mesmo com contusões, na época o jogador já tinha conseguido comprar uma casa e dois terrenos em sua cidade natal, mas acreditava que conseguiria bem mais se não fossem as lesões.

“[…] se não tivesse me contundido, poderia ser o titular do São Paulo desde que ingressei no clube. Infelizmente, tive aquela distensão (a minha primeira contusão no futebol) e perdi a posição, tendo que ficar uma porção de tempo esperando uma chance”, afirmou.

Depois do Tricolor, Valdir Birigui passou pelo Botafogo RJ, jogando ao lado do goleiro Manga, Sicupira e do Garrincha – já em fim de carreira. Passou pela Portuguesa de SP, pelo Paysandu e pelo MS Saad, de São Caetano, clube em que encerrou a carreira, em 1977.

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