Craque absoluto do Ajax, Arsenal e da Seleção Holandesa, o ex-atacante Dennis Bergkamp, que enfrentou os melhores defensores durante a sua carreira, revelou ter medo de enfrentar outro pavor, que quase o impediu de ir longe na carreira.
Dennis Bergkamp (Reprodução / Web)Bergkamp estreou pelo Ajax no profissional em fevereiro de 1987, contra o HFC Haarlem. Habilidoso e dono de uma visão de jogo ímpar, o holandês duelou com nomes como Maldini, Thuram, Aldair, Ferdinand, entre outros. O jogador nunca teve medo de partir para cima dos defensores, mas para embarcar em uma aeronave, a história era diferente.
A fobia nasceu quando o atacante era jogador da Inter de Milão, em 1994. Segundo o ídolo do Ajax, para disputar a Copa do Mundo dos Estados Unidos, os colegas tiveram que dopá-lo para atravessar o oceano Atlântico.
O medo era tão grande que afetou o desempenho do craque em sua passagem pela Itália.
“A situação ficou tão ruim que eu ficava olhando para o céu durante as partidas para analisar o clima. Prestava atenção se alguma nuvem se aproximava. Eu ficava preocupado com o voo enquanto jogava futebol. Era um inferno”, revelou o ex-atacante em sua biografia.
LEIA TAMBÉM!
“Não quero mais fazer isso”
A passagem de Dennis Bergkamp pela Inter não deixou saudades nos torcedores, nem No ex-atleta, que viveu seus piores dias, chegando a desenvolver uma claustrofobia.
“Eram aqueles aviões pequenos e desagradáveis que ficam na altura das nuvens e chacoalham sem parar. Olhava para o lado e tudo era branco ou cinza. E não havia espaço nenhum. Fiquei claustrofóbico. Não dava para se mexer, então era ficar sentado e chacoalhando a viagem toda. Era terrível. Foi quando eu decidi: ‘não quero mais fazer isso’”, relatou o ex-camisa 10 do Arsenal.
Convicto da decisão, Bergkamp e Arsenal se acertaram em 1995, com a condição de que só se deslocaria por terra, nunca de avião. O time londrino topou e fez uma contraproposta: 10% a menos do seu salário por conta da condição.
O pavor era tanto que o holandês ficou de fora de jogos importantes dos campeonatos europeus. Viagens para Grécia e Ucrânia, consideradas mais longas e inviáveis por terra, eram destinos que o ex-atacante rejeitava. Para ele, estava tudo bem, desde que não precisasse entrar em uma aeronave.
The Iceman
Foi durante a sua passagem pelo Arsenal que Bergkamp recebeu o apelido de The Iceman (o homem gelado, em tradução livre), por sua habilidade e frieza para definir as jogadas. Outra característica que reforçou o arquétipo de homem gelado era quando o atacante balançava as redes e não demonstrava nenhuma emoção.
Pelos Gooners atuou de 1995 a 2006, conquistou três edições da Premier League, quatro Copas da Inglaterra e três Supercopas da Inglaterra.
Ao lado de Henry, Pires, Vieira e comandando por Arsene Wenger, Dennis Bergkamp conquistou a Premier League de maneira invicta, marca que nenhum outro clube conseguiu até hoje.
Aposentadoria
O holandês pendurou as chuteiras em 2006, aos 37 anos, no dia 22 de julho de 2006. A data ficou marcada pela estreia do então novo estádio Emirates Stadium, que substituiu o antigo Highbury.
“Fico chateado por não fazer parte do time que desfrutará desse estádio, mas também estou tremendamente feliz pelos gols que fiz no Highbury e saber que é tempo de ir embora”, declarou na época Bergkamp.
Seu jogo de despedida contou com as estrelas do Arsenal e da Holanda. Nomes como Johan Cruyff, Ian Wright e Patrick Vieira participaram do último adeus do craque. A renda da partida foi doada para instituições de caridade.