Antes de ser árbitro e presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Luiz Seneme chegou a utilizar o uniforme da Seleção Brasileira na adolescência. O ano era 1986, e o então quarto zagueiro participou de uma etapa de treinamento para o Sul-Americano sub-17.
De acordo com Seneme, ele não deu sequência à carreira por falta de qualidade: “Requer um talento especial”, afirmou o presidente da CA em entrevista à CBF.
No entanto, o jovem fez de tudo para ficar perto do futebol; e conseguiu. Seneme voltou a usar o uniforme amarelo, mas dessa vez o de arbitragem.
“Eu não queria ficar longe do campo e vi na arbitragem a oportunidade para ficar mais perto do futebol, algo que sempre gostei de fazer, mas devido a lesões não pude continuar”, contou o ex-árbitro.
Boas-vindas
Após deixar a Conmebol, Wilson Luiz Seneme foi anunciado como novo presidente da Comissão de Arbitragem da CBF no dia 7 de abril de 2022. Pouco tempo após assumir o cargo, o novo responsável já recebeu duras críticas.
No dia 13 de maio do mesmo ano, o ex-árbitro Carlos Eugênio Simon, em seu blog na ESPN.com, repreendeu o seu ex-colega de profissão pela demora em montar sua equipe de trabalho.
“O tempo urge, as diversas competições promovidas pela CBF estão em pleno desenvolvimento, está na hora de Wilson Seneme dizer a que veio”, escreveu Simon.
O comentarista de arbitragem seguiu cobrando agilidade do novo presidente.
“E uma arbitragem de boa qualidade não pode prescindir, muito pelo contrário, de uma equipe ágil, organizada e bem preparada no comando das ações. Sendo assim, não é plausível que o Seneme esteja sequer cogitando a possibilidade de manter a CA com apenas três integrantes”, pontuou.
Polêmicas
Após mais de um ano no cargo, a administração de Wilson Seneme continua sendo alvo de críticas. Isso porque Salmo Valentim, presidente da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf), emitiu uma nota no dia 21 de junho de 2022 repudiando a conduta do comandante da Arbitragem.
“Wilson Seneme é despreparado e está arruinando a arbitragem brasileira com escolhas mal sucedidas que privilegiam o erro e desrespeitam carreiras. A arbitragem brasileira sob seu comando chega ao fundo do poço, como nunca antes na história, sem um projeto que efetivamente melhore a atuação dos profissionais no campo de jogo!”, começou a nota.
Salmo continuou afirmando que Seneme não faz um bom papel e que está “jogando o investimento no lixo”.
“A CBF faz sua parte, investe e busca capacitar a categoria, mas infelizmente a falta de uma gestão comprometida com a meritocracia está fazendo com que todo esse investimento seja jogado no lixo”, disparou Salmo.
O presidente se defendeu em entrevista à ESPN, dizendo que seu nome fala por si só.
“A minha apresentação fala por mim, minha carreira fala por mim, não preciso comprovar através de palavras, as minhas ações falam por mim. Eu espero que a do Salmo também fale por ele, o que ele fez pela arbitragem, fale por ele. Porque o que eu fiz, fala por mim”, afirmou Seneme.