Uma memória de infância do narrador Téo José, do SBT, o impede de “enxergar” Pelé como a maioria das pessoas. Em certa ocasião, ele deixou claro que também considera o falecido jogador como o Rei do Futebol, mas revelou também que a memória relacionada ao ídolo nacional é marcada por sofrimento.
Em participação no Canal 21 do YouTube, no dia 21 de outubro de 2021, Téo revelou que quando criança torcia para o Goiás, e que entrava todo uniformizado no campo com outras crianças. O fato que o deixou magoado aconteceu num jogo entre Goiás e Santos, em 1973.
Na oportunidade, o time esmeraldino havia acabado de retornar para a Série A do Campeonato Brasileiro e a presença do Rei era mais um motivo de festa para o povo goiano.
Mágoa de infância
Téo José se lembra com detalhes daquele fatídico dia em que Pelé negou um autógrafo no Estádio Olímpico, o que mudaria sua visão sobre o eterno jogador do Santos.
“Eu era mascote do Goiás, não de vestir a roupa de periquito, mas aquelas crianças que entravam uniformizadas com o time no começo do jogo. (…) Em 1973, o Goiás subiu para a Série A, e eu lembro bem da cena. Era uma quarta-feira, no Estádio Olímpico e os times aqueciam no gramado. Então, entrou o Goiás – e eu junto -, entrou o Santos, e eu estava com um papel e um lápis”, explicou o narrador.
‘Faltavam dois minutos para começar o jogo. Naquela época, nem todos os jogos tinham TV, então o horário não era tão rígido. E eu fui até o Pelé e pedi um autógrafo. Ele falou: ‘Não garoto, agora não’. Desde esse dia, a minha idolatria pelo Pelé diminuiu muito. [Mágoa de criança] não tira. O Pelé é o Rei do Futebol, mas não tenho a idolatria como todo mundo tem. O meu ídolo no futebol – não por isso – é o Rivellino”, contou Téo José.
Carinho do palmeirense
Durante a entrevista, o narrador falou sobre o carinho dos palmeirenses – Téo foi a voz que narrou o Bicampeonato da Libertadores do Palmeiras –, que o têm como um talismã alviverde na competição sul-americana.
Um personagem em especial ganhou protagonismo na trajetória do verdão nas Libertadores de 2020 e 2021, o atacante Rony.
“Eu não narrava os jogos do Palmeiras na Fox, era o Nivaldo Prieto. No [ano do] título, não sei por que, eles resolveram me colocar para narrar jogo do Palmeiras. Aí, ganhou um jogo aqui no Allianz Parque e um jogo fora. E eu fui para o SBT. Quando eu fui narrar o primeiro jogo, já pediam para eu falar ‘não é assim’ para o Rony. Estavam pegando muito no pé. Mas eu pensei: ‘Eu gosto desse cara'”, relatou o narrador.
E dessa forma surgiu o apelido que perdura até hoje entre palmeirenses e torcedores de outros times.
“No outro jogo, eu falei: ‘Vai ter gol do Rony’ – e teve. E ele começou a fazer gol. Aí, eu criei o ‘Rony Rústico’, que é uma música da Blitz. Narrei jogos do Palmeiras contra dois adversários brasileiros, São Paulo e Atlético-MG. E teve muito torcedor palmeirense que disse que eu estava torcendo para o outro lado, só porque não tinha torcida aberta para o Palmeiras”, finalizou Téo.