Sem sombra de dúvidas, Garrincha foi um dos maiores jogadores brasileiros de todos os tempos. Há quem diga, inclusive, que o talento do ponta direita o colocou no Top 5 nacional. Porém, não é o que o atual treinador do Corinthians acredita.
Vanderlei Luxemburgo no Corinthians (Rodrigo Coca / Agência Corinthians)
Vanderlei Luxemburgo declarou em entrevista ao The Noite, do SBT, no dia 21 de setembro de 2022, que Garrincha não jogaria no futebol de hoje. Luxa também criticou os técnicos que “podam” seus atletas.
O primeiro e único brasileiro a comandar o Real Madrid estava sem time quando foi convidado por Danilo Gentili e, como de praxe, disparou contra o futebol moderno.
“O Garrincha não jogaria hoje. Da maneira que ele jogava antigamente, em que ele pegava a bola, driblava o cara, parava, esperava o cara voltar e driblava de novo. Os técnicos não iam deixar. Iam falar assim ‘tem que tocar a bola’… Eu mando é driblar. Jogador sem drible, futebol sem drible, não é a essência do futebol”, comentou Luxemburgo.
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Na visão do multicampeão, o Brasil não produz mais craques como antigamente porque perdeu a essência.
Falta o terrão
Vanderlei Luxemburgo no The Noite com Danilo Gentili (Reprodução / SBT)
Luxemburgo continuou seu raciocínio enfatizando a falta do terrão – campos irregulares de terra, comum em favelas do Brasil –, ambiente em que, segundo ele, nascem os “gênios do futebol”.
“O Brasil tem uma essência de jogar futebol. O pessoal jogava muita bola na várzea. No futebol, não adianta as pessoas quererem criar uma outra solução que não seja dos menos favorecidos. Futebol é para o menos favorecido. Tu não nasce rico e vai jogar bola. Fomos perdendo, ao longo do tempo, os campos que são formadores de jogadores. Campo de barro, ali é que nasce o jogador… Gênios do futebol nascem no terrão da favela”, falou Luxa.
O treinador relembrou da sua época de jogador do Flamengo (foto abaixo) para ilustrar seu pensamento entre o passado e o atual.
Vanderlei Luxemburgo no Flamengo (Reprodução / Web)
“Morávamos em Quintino (no Rio de Janeiro), o Zico morava também. No domingo, nós jogávamos no Maracanã, na preliminar, juniores, e depois também no profissional. Só que, na segunda-feira, tinha uma tradicional pelada lá em Quintino que era no paralelepípedo. A gente já profissional no futebol e íamos jogar em paralelepípedo”, completou.
Faltou o São Paulo
Vanderlei Luxemburgo (Rodrigo Coca / Agência Corinthians)
Hoje Luxemburgo vive uma fase positiva após atravessar um período de derrotas, de acordo com a Placar, desde o retorno da última data Fifa, o Corinthians tem aproveitamento de 77% nos últimos 13 jogos.
Foram 9 vitórias, 3 derrotas e um empate, além de 19 gols marcados e 9 sofridos. Mas o desejo do treinador, um dia, foi ser técnico do rival São Paulo.
No talk show, Vanderlei foi questionado sobre o Tricolor paulista e lamentou nunca ter comandado o clube.
“Gostaria. Sempre quis dirigir o São Paulo. Acho um grande clube, tive grandes embates com o Telê Santana, em jogos maravilhosos. É um grande clube, que tem uma torcida que gosta de mim, pedindo minha contratação. Mas, infelizmente, não aconteceu”, finalizou.
O São Paulo é o único dos quatro grandes clubes do estado que Luxemburgo não dirigiu. Por onde passou, o ‘pofexô’ conquistou títulos e está na história de Palmeiras, Corinthians e Santos.
