Jogador incitou pancadaria no Campeonato Carioca para evitar comemoração

Almir Pernambuquinho e Pelé Seleção

Qual é a primeira coisa que acontece quando um time é campeão? Após gritos de euforia e rezas de agradecimento, é comum que os jogadores deem uma volta olímpica pelo estádio, saudando e celebrando o título com sua torcida.

Em 1966, porém, o Bangu não pode comemorar a sua vitória da forma tradicional. Tudo por causa de um jogador esquentadinho, que fez parte da Seleção Brasileira na época de Pelé (foto acima).

Almir Pernambuquinho

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Almir Moraes de Albuquerque, ou apenas Almir Pernambuquinho, como era conhecido, nasceu em Recife no dia 28 de outubro de 1937. De temperamento briguento, encrenqueiro e explosivo, começou sua carreira no Sport em 1956.

Logo, transferiu-se para o Vasco (na foto acima com Écio Capovilla), o que deixou sua mãe aflita com medo de que ele se perdesse longe dela. Atacante habilidoso, firmou-se como craque, ganhando títulos e sendo convocado para a Seleção Brasileira.

O jogador passou por clubes como Corinthians, Boca Juniors, Santos, Flamengo e América RJ, mas um dos episódios mais marcantes protagonizado pelo atacante foi na decisão do Campeonato Carioca de 1966.

Mau perdedor

Naquele ano, Almir Pernambuquinho jogava pelo Flamengo, onde chegou em 1965. Na partida de 18 de dezembro de 1966, o rubro-negro, atual campeão estadual na época, reeditou a última final contra o Bangu, que havia sido vice-campeão por dois anos consecutivos.

Provocador como ele só, o jogador havia declarado dias antes da partida que só havia uma volta olímpica na decisão, a do Flamengo.

O jogo, que contou com um público recorde na época, juntando 143.978 pagantes, foi dominado pelo time do Bangu. No intervalo o Flamengo já estava com dois gols de desvantagem. Quando a partida estava 3 a 0, no início do segundo tempo, Pernambuquinho resolveu agir.

Acreditando que o juiz e o goleiro do seu time estavam comprados, ele resolveu acabar com o jogo. Aos 26 minutos do segundo tempo, ele aproveitou uma discussão entre Ladeira, do Bangu, e Paulo Henrique, do Flamengo, para iniciar uma briga generalizada.

Expulso, o destemido atacante estava se retirando do gramado quando deu meia-volta e correu em direção ao centro do campo para desencadear uma pancadaria antológica.

Tiro, porrada e bomba

Com a torcida gritando “porrada”, Almir chamou todos os jogadores do Bangu para a briga. Era um campeonato aberto de pontapés, socos, voadoras, inúmeras agressões e xingamentos de tudo quanto era lado.

Finalizada a confusão, o juiz expulsou nove homens, quatro alvirrubros e cinco rubro-negros. Como o mínimo permitido para um time é de sete atletas, o jogo foi encerrado.

O Bangu, então, finalmente saiu da fila e faturou o segundo título carioca de sua história. No entanto, graças a Almir Pernambuquinho, não conseguiu dar a volta olímpica.

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