Mílton Alves da Silva, mais conhecido como Salvador, foi um dos nomes do Internacional na década de 50. O centro-médio, que se destacou no time gaúcho, esteve a serviço da Seleção Brasileira na campanha da Copa do Mundo de 1954.

    Contratado pelo Peñarol, do Uruguai, após a Copa, o jogador recebeu várias investidas para se naturalizar uruguaio. A tentativa era colocá-lo à disposição da A.U.F (La Asociación Uruguaya de Fútbol), mas Salvador se recusou até o fim.

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    De acordo com o jogador, acima de qualquer coisa, inclusive compensação financeira, estava o seu patriotismo.

    Os uruguaios chegaram, inclusive, a tentar incluir o brasileiro entre os selecionados para disputarem o Sul-Americano de 1959, que reunia as seleções da América do Sul e foi realizado na Argentina, mas Salvador manteve sua posição.

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    Início de carreira

    Salvador no Internacional

    Nascido no dia 16 de outubro de 1930, Milton começou a jogar num quadro do orfanato Pão dos Pobres, como ele mesmo afirmou à revista O Cruzeiro, em 1953. Foi lá que ganhou o apelido de Salvador.

    “Muitas vezes, modéstia à parte, salvava o quadrinho”, disse.

    Em seguida, foi para o Corinthians de Porto Alegre, mais tarde conhecido como Força e Luz, jogando pelos juvenis, mas, rapidamente, subiu para a equipe profissional. Em 1950, chegou ao Internacional (foto acima), seu clube de predileção. Era a realização de um sonho, jogar futebol no seu time de coração.

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    Salvador iniciou na reserva do Inter e, aos poucos, foi se firmando. Uma de suas partidas de destaque foi contra o Peñarol, seu clube de destino anos depois. Na partida, quando o jogador entrou, o Colorado perdia por 5 a 1. Mas, sua entrada foi fundamental para acertar a equipe na partida, que terminou  6 a 4 para o time uruguaio; o saldo positivo foi que, com o centro-médio em campo, o Inter mudou a postura e “ganhou” por 3 a 1.

    Em sua primeira temporada no time, Salvador conquistou o Torneio Extra, Municipal e Gaúcho. Nos anos seguintes, esteve nas conquistas da Taça Cidade de Porto Alegre (1951), nos bicampeonatos municipal e estadual, do Torneio Extra, Campeonato Municipal e Campeonato Estadual de 1952.

    Em 1953, Salvador participou da primeira conquista nacional do Colorado, o Torneio Régis Pacheco, disputado na cidade de mesmo nome do craque. O Colorado enfrentou Vitória, Bahia e Flamengo. Depois, viriam o tetracampeonato municipal e estadual.

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    Ficou no Colorado até se transferir para o Peñarol, onde atuou entre 1955 e 1960, participando de três dos cinco títulos nacionais consecutivos conquistados pelo clube.

    Em terras uruguaias

    Salvador no Peñarol de 1955

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    No início de 1955, o Peñarol procurava um substituto para o volante Obdúlio Varela e buscou Salvador. No dia 11 de fevereiro, o Internacional ganhou do Estrela Vermelha por 4 a 2, sendo o último jogo do atleta pelo clube gaúcho. Negociado por dois milhões de cruzeiros, mudou-se para Montevidéu.

    Apesar de um começo sem títulos, seu futebol cativava os torcedores. A partir de 1958, as taças chegaram e Salvador foi tricampeão uruguaio em 1958, 1959 e 1960, tornando-se o primeiro brasileiro campeão da Taça Libertadores, também pelo Peñarol, em 1960.

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    Seleção Brasileira

    Seleção Brasileira de 1953

    Salvador também defendeu a Seleção Brasileira. Em 1953, foi convocado para participar do time que disputou o campeonato Sul-Americano, realizado em Lima, no Peru.

    Na ocasião, o jogador não teve muito oportunidade, já que Danilo, Eli e Bauer estavam em grande forma.

    Após sua passagem pelo Peñarol, o River Plate o contratou em 1961, mas ele não conseguiu obter o mesmo desempenho. Uma fratura na perna atrapalhou sua passagem por Buenos Aires e, no ano seguinte, jogou pelo Estudiantes. Voltou ao Brasil para atuar pelo Metropol em 1963 e 1964, quando encerrou a carreira.

    Salvador faleceu em 11 de abril de 1972, segundo algumas fontes, ou em 1979, segundo outras.

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