Goleiro do Brasil ficou marcado por azar em pênalti na Copa de 86
01/01/2023 às 15h30
Ser uma das seleções de maior destaque no mundo, faz da Canarinho uma rival comum para muitos outros times. Diga-se Argentina e França, por exemplo, que vivem no calcanhar do Brasil.
Quem já fez parte desta escalação sabe o peso (para o bem e para o mal) que este uniforme traz. A cobrança acontece não só durante ou após os jogos, mas, anos depois, muitos jogadores são questionados sobre os erros e exaltados sobre os acertos.
Pé frio
Quem amarga um triste episódio na carreira é o paulista Carlos Alberto Gallo, que foi destaque na Ponte Preta, Corinthians, Atlético Mineiro, Guarani, Palmeiras (foto acima) e Portuguesa. Em Copas do Mundo, atuou como titular, em três edições: 1978, 1982 e 1986.
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Nesta última, que foi sediada pelo México, Carlos ganhou o título de pé-frio. Tudo graças ao jogo contra a França, nas quartas de final. O Brasil seguia invicto no torneio e havia marcado 10 gols. Apesar da ótima atuação do goleiro nos quatro jogos anteriores (mesmo se recuperando de uma lesão na mão), o quinto e último marcou a vida do ex-jogador.
No estádio Jalisco, em Guadalajara, Brasil e França empataram em 1 a 1 no tempo regulamentar e prorrogação, com gols de Careca e Platini. Assim, o resultado levou o jogo para os pênaltis.
Bruno Bellone foi o terceiro a bater pênalti para a França. Nervoso, fechou os olhos e chutou, sem rumo, uma bomba em direção ao gol do Brasil, batendo violentamente na trave e rebatendo nas costas de Carlos (foto abaixo), que não teve como defender. Estava feito o gol contra que foi validado pelo juiz e mandou o Brasil de volta para casa.
Valendo o trocadilho, o jogo foi “zicado” mesmo, já que Zico perdeu um pênalti no tempo regulamentar, Sócrates e Júlio César nos acréscimos. Foram três oportunidades de não ter deixado os Bleus seguirem na Copa. Uma decepção gigantesca para a torcida, que viu seus craques deixarem a taça escapar das mãos. Carlos seguiu como titular na Seleção até 1988, sendo substituído por Taffarel, mas atuou como reserva até 1993.
Do interior para o mundo
Vale ressaltar que Carlos foi o único jogador brasileiro que disputou duas Copas do Mundo defendendo times do interior. Considerado um dos melhores goleiros da história da Ponte Preta, ele atuou como jogador até 1993.
Aposentou as luvas, mas não os gramados. Seguiu como treinador do Campo Grande (RJ) e Operário (MT), formando-se em Educação Física. Foi então treinador de goleiros da Ponte Preta, de 2007 a 2011 e das categorias de base do São Paulo, de 2012 a 2015. Seguiu no tricolor paulista, mas treinando os goleiros do profissional, até 2019.
Este ano foi contratado como auxiliar técnico do Desportivo Brasil (foto acima), de Porto Feliz (SP).