Acostumada a não jogar para perder, a Globo experimentará um prejuízo com a transmissão da Copa do Mundo de 2022. Com o dólar em alta e uma dívida prévia da época da pandemia, que encareceu o valor pelos direitos autorais da exibição do torneio, nem os mais de R$ 1 bilhão de faturamento provenientes das vendas de espaços publicitários impediram que o evento fechasse com saldo negativo no canal.

    Manuel Belmar, importante diretor da emissora, que hoje responde pela área de Finanças, Jurídico e Infraestrutura da Globo como um todo, revelou em junho que o grupo sairia no prejuízo com a transmissão do Mundial de Futebol deste ano. A afirmação foi feita durante uma live interna para funcionários no mesmo mês.

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    Déficit garantido

    Um dos principais motivos foi a alta do dólar. Acima dos R$ 5 reais, o valor atrapalha, e muito, por dois fatores. O primeiro é porque o contrato foi todo pago nesta moeda. O segundo, é porque é com ele também que foram pagos passagens, hospedagens, alimentação e todos os gastos de seus 100 profissionais enviados ao Catar para realizar a cobertura do evento, que terminou no dia 18 de dezembro.

    Segundo o Notícias da TV que teve acesso ao conteúdo da live, Manuel Belmar (foto acima) comemorou os resultados da emissora no quesito financeiro em todo o ano de 2022, mas admitiu um rombo nas contas por causa da Copa.

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    Cotas são altas

    Na época da fala de Manuel, a emissora havia vendido quatro cotas de patrocínios. Entre as empresas, estavam: Claro, Itapu, Ambev e Magazine Luiza para a transmissão em TV aberta, além de Claro, Ambev, Betfair e Nubank para o SporTV.  Com essas parcerias, o lucro teria passado da marca de R$ 1 bilhão.

    Outras empresas se somaram para a transmissão do evento em televisão aberta e fechada. São elas: Pixbet, Prudential e Samsung, em cotas que variam entre R$ 40 milhões na Globo e R$ 180 milhões no SporTV.

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    Emissora desembolsou fortuna

    Contudo, a Globo desembolsou para os direitos do torneio algo em torno de US$ 90 milhões (cerca de R$ 440 milhões de reais), pagos à FIFA.

    Mas, esse valor não foi o único desembolsado para a entidade. Existe, ainda, cerca de US$ 30 milhões (próximos de R$ 155 milhões) não pagos de uma negociação antiga, que inclusive já foi motivo de uma briga nos tribunais na época da pandemia. Após a perda do processo pela emissora, ficou definido que o valor deverá ser pago junto com os montantes da Copa, totalizando R$ 586 milhões somente em direitos de exibição.

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    Economia e promessa

    Para tentar economizar, a rede não montou o seu tradicional grandioso estúdio no país sede e fez apenas uma estrutura em seus estúdios.

    A estação transmitiu 56 de 64 partidas ao vivo em transmissão aberta, tendo o SporTV ficando responsável pela exibição de todos os jogos da competição.

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    Se por um lado a Copa marcou a despedida de Galvão Bueno das narrações na emissora, o evento marcou a volta de Tiago Leifert, que estava fora da empresa há pouco mais de um ano.

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