Gigante do Nordeste depende de rival para não ficar sem jogar em 2024

Santa Cruz na Série D em 2023

Santa Cruz na Série D em 2023 (Evelyn Victoria / SCFC)

O Santa Cruz, tradicional equipe do nordeste, pode viver um momento inédito desde que o sistema de acesso e rebaixamento foi implementado nas divisões do Campeonato Brasileiro, em 1988.

Santa Cruz na Série D em 2023 (Evelyn Victoria / SCFC)

Pela primeira vez, a Cobra Coral pode ficar sem divisão em 2024 e, para não disputar apenas 13 jogos na próxima temporada, vai depender de um rival.

Para se ter uma ideia, na atual temporada o time disputou 39 partidas, três vezes mais do que a quantidade de jogos que pode disputar no próximo ano.

Ajuda improvável

O Santa Cruz foi eliminado no Grupo 3 da Série D, ficando com a modesta sexta colocação na competição. Já o Retrô, rival estadual do tricolor, se classificou em primeiro lugar no Grupo 4, avançando para a segunda fase.

Se o rival conseguir o acesso à série C do nacional, o Santa será mantido na série D, seguindo o mesmo cronograma da temporada de 2023.

E tem boa notícia para a Cobra Coral. O Retrô ganhou o primeiro jogo fora de casa, no último domingo (30), por 2 a 1, contra o Pacajus-CE. O próximo jogo acontecerá no dia 6, às 18h, na Arena Pernambuco.

Para o Retrô chegar entre os quatro finalistas e salvar o rival é necessário passar por mais duas eliminatórias – oitavas e quartas de final. Para isso, o clube conta com a torcida dos adeptos do Santa.

Sem divisão

Evaristo Piza, treinador do Santa Cruz (Reprodução / Instagram)

Momentaneamente, o Santa – atualmente comandado por Evaristo Piza -, um dos times mais tradicionais do futebol brasileiro, está sem divisão. Isso porque as vagas para a Série D serão preenchidas de acordo com o desempenho das equipes nos campeonatos estaduais, com vagas limitadas por estado.

Em Pernambuco, somente duas vagas foram concedidas e estão preenchidas por Retrô e Petrolina, que tiveram a melhor campanha na primeira fase, sem contar Náutico e Sport, que estão na Série C e B, respectivamente.

Como terminou em 5º lugar, o Santa só disputaria o campeonato nacional ano que vem caso conseguisse a vaga pelas próprias pernas. Como não foi o caso, o Tricolor depende do seu rival para ter um calendário maior em 2024.

Se a Fênix não conseguir o acesso, o Santa Cruz irá disputar apenas 13 jogos: 12 pelo estadual e um pelo pré-Nordestão.

Mais um vexame?

Danny Morais (Divulgação / Globo)

Se o pior cenário acontecer e o clube ficar sem calendário nacional, será mais um vexame para a maltratada torcida, que viu o Santa Cruz liderar, ainda que por poucas rodadas, o Campeonato Brasileiro de 2016. Na época, seu ataque era formado por Grafite e Keno.

Após a derrota para o Iguatu, dia 23 de julho, por 1 a 0, ex-jogador do Santa e comentarista da Globo, Danny Morais, falou da fase do clube durante o Globo Esporte de Pernambuco.

“Jogador não vai querer vir. Imagina um outro cenário… De uma SAF, algo um pouco mais organizado, o cara vem, visando outras coisas. Talvez seja um outro atrativo, porque talvez seja cada vez mais difícil de montar um elenco. Tem que ter um fato novo. Se não a mão de obra vai ser ruim, os processos não vão melhorar”, argumentou.

O comentarista lamenta a situação de seu ex-time e afirma que mais do que dinheiro e estrutura, o Santa está perdendo a relevância.

“Não é possível que de anos para cá não consiga produzir nada. A reformulação tem que vir lá de baixo. A primeira coisa é resgatar o orgulho de ser tricolor. Não adianta só a mística de lotar o estádio. O que leva hoje um menino a torcer pelo Santa? A estrutura? Não. O dinheiro? Não. É a tradição, que está se perdendo também”, finalizou.

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