Foram mais de 40 anos na Globo, narrando as principais conquistas do futebol brasileiro, os títulos de Nelson Piquet e Ayrton Senna na Fórmula 1, além de várias medalhas brasileiras nos jogos Olímpicos. Galvão Bueno emprestou sua voz e emoção e conquistou milhares de brasileiros. Tudo isso graças à emissora carioca, que o alçou ao posto de principal locutor do país.
Mesmo com toda a gratidão, ele fez duras críticas aos caminhos que a direção da Globo está tomando.
O locutor trabalhou diretamente com José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, homem que criou o Padrão Globo de Qualidade e colocou a emissora carioca como uma das televisões mais importantes do mundo.
“Estão estragando”
Durante uma conversa em seu canal GB, no YouTube, em julho deste ano, o locutor, que disse adeus à Globo no final da Copa do Mundo do Catar, afirmou que a nova direção da casa não está dando valor às conquistas de Boni e Armando Nogueira, que foi diretor de jornalismo por muitos anos.
“Eu digo sempre que a vida me deu mestres no meu trabalho. Um deles é o Boni, que foi o cara que fez tudo isso [que a Globo é], e hoje até estão estragando um pouco o que ele fez. O Boni me ensinou uma coisa: ‘Sempre se pode fazer melhor’. A Globo é uma coisa espetacular”, afirmou Galvão.
Recado ao Neto
E Galvão Bueno não parou na crítica à ex-patroa. O narrador aproveitou a ocasião para cutucar Neto, que havia falado sobre os números de audiência da Band, menosprezando os números dos concorrentes da internet.
“Neto, quando você for falar de audiência, entenda que [o número] na TV aberta é uma coisa e na internet é outra. Eu adoro o Neto, ele fala cada bobagem… mas adoro ele. […] Teria um grande prazer em trabalhar com o Neto”, falou.
“Parece que sou meio monstro”
Mesmo bem-humorado e agradecido pelo documentário Olha o que Ele Fez, lançado no Globoplay em maio, Galvão não deixou a homenagem passar batida e fez mais uma crítica.
A produção, que conta com depoimentos de amigos, colegas e atletas, teve tudo revisto de forma honesta, o que incomodou o narrador, que teve que ver críticas sobre o seu temperamento e a forma indelicada que já tratou alguns de seus colegas.
“Eu acho que eles exageram um pouco numa parte… Eu não vi antes, não vi nada, deveria ter visto porque eu cortaria uma coisinha ali. É que o quarto episódio parece que sou meio monstro mesmo”, declarou ao Flow Podcast.
“A ideia não era ser chapa branca, mostrar também minhas explosões, que sou ser humano. Mas talvez tenham exagerado um pouquinho, mas tudo bem. Para mim foi uma honra”, finalizou.
