Com apenas 33 anos de vida, o São Caetano foi do céu ao inferno em pouco tempo. O Azulão, como é carinhosamente conhecido, foi a sensação do futebol brasileiro no final dos anos 90 e início da década de 2000.
São Caetano na Libertadores em 2002 (Reprodução / Web)Rebaixado para a Série A3 pela primeira vez em sua história, o São Caetano busca ressurgir das cinzas após anos de má gestão e resultados humilhantes em campo.
Até 2020, o clube recebia doações da família Klein, fundadora da rede de lojas Casas Bahia. Porém, sem o apoio dos mecenas, o Azulão começou a amargurar vexames.
Goleada catastrófica
O primeiro deles foi uma goleada por 9 a 0 contra o Pelotas (RS), em partida válida pela Série D. O time profissional do São Caetano se recusou a entrar em campo pelos salários atrasados.
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O WO só não aconteceu porque o clube conseguiu mobilizar 16 jogadores da base para jogar a partida, mas talvez fosse melhor nem entrar em campo.
O primeiro tempo acabou 6 a 0 para o time gaúcho. Na etapa final, o Pelotas marcou mais três vezes, fechando o caixão.
O WO veio
Meses após a goleada sofrida, os atletas da equipe principal deram WO e, dessa vez, não teve a base para “salvar” o São Caetano. O clube deveria viajar até Itajaí, em Santa Catarina, para enfrentar o Marcílio Dias pela 12ª rodada da Série.
Com isso, a equipe catarinense foi declarada vencedora por WO (placar de 3 a 0). Neste período, a direção acumulava o sexto mês sem pagar os salários para seus jogadores e o elenco do Azulão nem chegou a embarcar.
Sem entrar em campo, o time do ABC paulista recebeu uma multa, além da derrota. O clube correu o risco de arcar com outra punição do STJD de R$ 200 mil.
O ano de 2020 havia começado de maneira positiva para o Azulão, campeão da Série A2 do Paulista, contudo, após o título, o treinador Alexandre Gallo e praticamente todos os jogadores que fizeram parte da campanha deixaram o clube que já enfrentava problemas financeiros.
Salvador do Azulão?
Sem divisão nacional para disputar, o São Caetano tem um novo dono. Trata-se do empresário Jorge Machado, figura carimbada no meio do futebol por cuidar das carreiras de Rivaldo e Luiz Felipe Scolari.
“O São Caetano é muito grande, tem muita história. Não tem última cartada, não tenho a pretensão de achar que vou fazer uma coisa diferente de um clube do tamanho que tem o São Caetano. O clube está adormecido. Nós vamos acordar e depois quem vai embalar eu não sei. Vamos esperar que seja a gente, que sejamos a babá”, declarou Machado que assumiu o clube em junho de 2023.
O desejo do novo mandatário é proporcionar novas glórias ao time, que teve seu auge no começo do novo milênio.
A ascensão meteórica do São Caetano rendeu dois vices do Campeonato Brasileiro (2000 e 2001), um vice da Libertadores (2002) e a conquista do Campeonato Paulista (2004).
“É um clube que merece ter respeito, uma cidade bonita. Temos que acordar o São Caetano. Não tem culpados, muitos clubes deram a volta por cima. Não vai ser só o Machado, temos outros parceiros que merecem ser respeitados também”, falou o novo dono.