O duelo entre Vélez e Flamengo pelas oitavas de final da Supercopa da Libertadores, em 1995, ficou marcado pela porrada que Edmundo levou de Flavio Zandoná, lateral-direito do clube argentino.
Edmundo (Reprodução / Web)A classificação do Rubro-Negro ficou em segundo plano diante da briga entre os jogadores. O confronto já começou diferente, com a escolha do estádio: ao invés do Maracanã, o Flamengo mandou o jogo para o Parque do Sabiá, em Uberlândia.
Soco em Edmundo
Naquele ano, o clube foi itinerante jogando em diversos estádios do Brasil. Porém, mesmo com seu “Ataque dos Sonhos” formado por Sávio, Edmundo e Romário, o Flamengo não foi longe esportivamente.
Autor da incrível pancada no atacante flamenguista, Zandoná relembrou o ocorrido quando Flamengo e Vélez se encontraram na semifinal da Libertadores de 2022. Em entrevista ao canal TyC Sports, o argentino não demonstrou nenhum arrependimento.
LEIA TAMBÉM!
“Eu dei com tudo, mesmo. Não me arrependo, não mudei nada do que penso e já disse. Minha mulher e minha sobrinha estavam em um hotel de Florianópolis, e quando o dono percebeu o sobrenome, perguntou se eram meus parentes. Responderam que sim, e ganharam 15% de desconto porque o dono não gostava do Edmundo. Na Argentina, eu até entendo quem queira me dar alguma coisa, mas no Brasil, realmente, é uma surpresa”, declarou o ex-lateral.
De cabeça quente e com 3 a 0 no lombo, Zandoná disse que o episódio foi como uma “catarse” para o time.
“Estava 3 a 0. Não há paciência que banque um adversário ficar do seu lado rebolando, falando coisas e te dando tapa. Ali, quis fazer justiça lhe dando um soco bem forte. Estávamos em mau momento e saindo da Copa. O episódio significou uma catarse para todo o time. Se houvesse outra situação assim, faria de novo”, contou.
Jornalista no comando
Aquele Flamengo parecia tudo, menos um time de futebol. O elenco desequilibrado – em peças e humor – vivia mais de manchetes extracampo do que de vitórias e títulos.
O ano começou com Vanderlei Luxemburgo vindo de uma sequência incrível de títulos pelo Palmeiras. Porém, sem agradar à direção e os torcedores, Luxa deu lugar a Edinho que, por sua vez, durou semanas no cargo.
A direção, num momento de delírio, anunciou o então jornalista carioca Washington Rodrigues, o Apolinho, para o comando do clube.
Amigo íntimo do presidente Kleber Leite nos tempos de Rádio Globo, Apolinho assumiu o badalado Flamengo com a missão de terminar o ano em alta. O contrato de três meses era o indício do desespero da direção flamenguista.
Um texto publicado pelo site Trivela, no dia 31 de agosto de 2022, contou que na época as manchetes no Jornal do Brasil eram de que o Flamengo “jogava para a galera” com a escolha populista. Apolinho, por sua vez, garantia “trazer de volta a alegria” ao clube.
Uma TV no banco de reserva
A estreia de Apolinho foi justamente no confronto contra o Vélez, na Argentina. Diferente de outros treinadores que costumam pedir reforços ou qualquer outra solicitação ligada ao campo e bola, o novo comandante pediu uma TV para deixar no banco de reservas.
De acordo com Apolinho, a posição do treinador no campo não era a melhor e pediu uma TV para auxiliá-lo
“A posição do treinador é ruim e uma TV ajudará. Gosto de ver em detalhes os lances e repeti-los”, comentou na época.
O Vélez era favorito no duelo. A equipe do lendário Carlos Bianchi contava com parte do elenco campeão da Libertadores de 1994: Chilavert, Basualdo e Turu Flores eram alguns dos destaques do Fortineros.
Apesar da classificação contra o forte time argentino, Apolinho e Flamengo não conquistaram a competição, perdendo a final para o Independiente.
No Campeonato Brasileiro, o Rubro-Negro ficou longe das equipes que seguiram para fase de mata-mata; a briga do time foi para fugir do rebaixamento, terminando na modesta 21ª colocação.