Dono do primeiro gol do Estádio Azteca, brasileiro quase morreu no México
12/12/2022 às 18h30
Em 1966, um dos grandes nomes do clube mexicano América, que marcou sua história no maior estádio do país, o Azteca, quase viu sua vida se perder entre os dedos.
Arlindo dos Santos Cruz, ou apenas Arlindo, como era conhecido, foi vítima de um choque de cabeça na partida final do campeonato mexicano, quando ajudou seu time a ganhar o título depois de 37 anos na fila.
O acidente
Arlindo começou a sentir fortes dores de cabeça dois dias após o jogo e, ao ser submetido a exames pelos mais famosos neurologistas da capital mexicana, foi constatado que ele possuía um coágulo no cérebro.
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O jogador precisou ser operado às pressas, caso contrário ficaria semiparalítico. Para ser submetido à cirurgia, Arlindo foi internado no Sanatório Espanhol e operado no dia 28 de dezembro de 1966.
O procedimento médico chamado craniotomia descompressiva contou com cinco especialistas e durou mais de quatro horas. Após 36 horas do ato operatório, o jogador ficou entre a vida e a morte e os médicos se recusavam a apresentar qualquer diagnóstico.
Recuperação
No dia 2 de janeiro, Arlindo deu os primeiros passos no quarto do Sanatório, onde contou com o apoio de outro jogador brasileiro, Javan. No mesmo dia, escreveu uma carta aos pais, que viviam no subúrbio de Rocha Miranda, no Rio de Janeiro.
No dia seguinte, o ídolo do América arriscou mais uns passos, mas os médicos não acreditavam que ele pudesse voltar a jogar futebol.
Carreira
Arlindo nasceu em Ilhéus (BA) no dia 26 de abril de 1940. Iniciou sua trajetória no futebol ao fazer testes no Bangu e no Madureira. Após ser dispensado das duas equipes, conseguiu um trabalho e passou a jogar no amador Villa Futebol Clube, em seus dias de folga.
Recebeu um convite para jogar no Fluminense Football Clube e, posteriormente, surgiu uma oportunidade de jogar pelo Botafogo. O meia aproveitou e foi campeão juvenil da equipe em 1961, 1962 e 1963.
Deixou o clube carioca em 1965, indo para o América do México, onde entrou para a história por marcar o primeiro gol do Estádio Azteca, na partida amistosa entre América e Torino, que terminou em 2 a 2.
Após o incidente que quase acabou com sua vida, Arlindo teve passagens pelo Pachuca e pelo Toluca, ambos do México.
Ainda hoje, Arlindo reside no México. Depois de deixar o futebol profissional, trabalhou no América como funcionário e mantém um restaurante na capital mexicana.