Se você chegar em algum lugar e perguntar por Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno, pouca gente vai saber de quem se trata. Mas fale apenas em Galvão Bueno e todos vão comentar algo – para o bem ou para o mal.
Galvão Bueno no Globo Esporte (Reprodução / Globo)O locutor esportivo, nascido no Rio de Janeiro (RJ) em 21 de julho de 1950, foi a voz oficial global em grandes conquistas, como as Copas do Mundo de 1994 e 2002, os títulos de Ayrton Senna na Fórmula 1, medalhas olímpicas em várias modalidades e taças levantadas por clubes nacionais, como Flamengo, São Paulo, Palmeiras, Corinthians, entre outros.
Relembre abaixo as diversas fases da carreira do narrador, que deixou a emissora carioca no final de ano passado e agora se dedica a uma nova fase no YouTube.
1 – Início da TV Gazeta
Depois de trabalhar numa fábrica de materiais plásticos, Galvão Bueno iniciou sua carreira na Rádio Gazeta de São Paulo, logo ingressando na TV Gazeta também. Participou do programa Mesa Redonda (que está no ar até hoje) e cobriu a Copa de 1974 pela emissora, narrando do Brasil.
Um acontecimento inusitado: por culpa da produção, ele narrou Alemanha Oriental x Austrália como sendo Bulgária x Suécia durante boa parte do primeiro tempo.
LEIA TAMBÉM!
2 – A curta passagem pela TV Record
Galvão passou rapidamente pela Record em 1977, onde ficou apenas dois meses.
3 – Futebol e Fórmula 1 na TV Bandeirantes
Galvão ingressou na Band no final de 1977 e foi narrador da Copa de 1978 pela emissora. Também narrou corridas de Fórmula 1 durante a passagem pela emissora, inclusive a temporada de 1980, transmitida com exclusividade.
4 – A primeira ida para a Globo
Galvão foi para a Globo em 1981, estreando no jogo entre Flamengo e Jorge Wilstermann, da Bolívia, pela Libertadores da América. Logo assumiu a transmissão da Fórmula 1 também. Mas ele ainda não era o número 1: Luciano do Valle era o titular do posto e narrou os jogos do Brasil na Copa de 1982.
Em 1986, Galvão também não foi o primeiro narrador da casa na Copa de 1986. Cultivando um vasto bigode desde 1985, narrou apenas um jogo do Brasil naquele Mundial, porque Osmar Santos não estava se sentindo bem. Mas, em compensação, narrou o jogo da Argentina, que teve aquele golaço de Maradona.
Na Copa de 1990, Galvão já era o titular do microfone global e fez um baita discurso falando da ruindade da seleção brasileira, que foi eliminada nas oitavas de final pela Argentina.
5 – Aventuras na Rede OM
Em 1992, Galvão surpreendeu o mercado ao anunciar seu ingresso na pequena Rede OM, que era do Paraná e estava com planos de expansão nacional. Transmitiu o título do São Paulo na Libertadores da América, com audiência expressiva, mas foi só.
6 – A volta definitiva para a Globo
Em 1993, Galvão já estava na Globo novamente, agora para ficar. Em 1994, dois fatos marcantes: a morte de Ayrton Senna e a conquista do Brasil na Copa do Mundo dos EUA. Neste Mundial, um fato inusitado: a discussão sobre o comentarista Pelé, quando ele reclamou, nos bastidores, que o companheiro falava demais.
Galvão Bueno chegou até a participar da apresentação do Jornal Nacional (foto acima). O telejornal teve uma profunda reformulação em 1996 e Galvão participava na bancada, quase todos os dias, dando notícias do esporte. Sua participação durou pouco tempo, mas foi marcante.
Em 1998, Galvão narrou o vexame brasileiro na final da Copa da França, também ficando surpreso com a suposta ausência de Ronaldo na final.
Nos Jogos Olímpicos de 2000, na Austrália, veio outra narração inesquecível: “é prata, é prata, é prata, é prata” no revezamento 4×100 metros masculino.
Já em 2002, foi a voz do título da Copa do Japão/Coreia do Sul (foto acima), já que a Globo transmitiu o torneio com exclusividade na televisão aberta.
Desde 2003, além da Globo, Galvão apresentou o programa Bem, Amigos! nas noites de segunda, no SporTV. Com sua saída, o programa foi extinto no ano passado.
Na Copa da África do Sul, em 2010, o narrador virou assunto mundial, com a campanha Cala Boca Galvão, realizada por internautas no Twitter. Até os estrangeiros subiram a hashtag, visto que os brasileiros disseram que se tratava de uma campanha pela preservação de pássaros da fauna brasileira. O assunto foi muito repercutido e o próprio Galvão entrou na brincadeira, com Tiago Leifert, na Central da Copa.
Em 2012, mais um fato inusitado em sua carreira: como a Globo não tinha os direitos de transmissão das Olimpíadas de Londres, Galvão marcou presença mesmo assim, comandando um programa diário no SporTV. Um fato marcante: a briga com Renato Maurício Prado durante a atração. O comentarista deixou a emissora após o fato.
Em 2014, naquela que seria sua última Copa do Mundo, Galvão narrou o maior vexame brasileiro da história – a derrota por 7 x 1 para a Alemanha. Depois disso, anunciou que pretendia transmitir a Copa da Rússia, em 2018.