A cidade maravilhosa acordou de luto no dia 23 de junho de 2016. O jornalista e narrador Alberto Léo faleceu aos 65 anos por complicações de um câncer no intestino. O comunicador estava internado há quase três semanas na Clínica São Carlos, no Humaitá, zona sul do Rio de Janeiro.

    Alberto Léo
    Alberto Léo (Reprodução / Web)

    Acostumado a levar alegria ao povo, a partida precoce de Léo chocou o público e os colegas com quem dividiu as cabines de transmissão.

    O jornalista André Luiz Mendes noticiou em seu Instagram a morte do companheiro.

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    “É com pesar e o coração triste que comunico o falecimento de um dos grandes nomes do esporte na TV. Meu chefe e amigo”, lamentou Mendes.

    Trajetória

    Alberto Léo na Manchete na década de 80
    Alberto Léo (Reprodução / Manchete)

    Alberto Léo começou sua carreira na Bandeirantes em 1980, como narrador no Rio, substituiu Galvão Bueno que estava de malas prontas para São Paulo. Contudo, a sua trajetória ganhou notoriedade na extinta Rede Manchete.

    O comunicador ficou na empresa da família Bloch até o último dia em que a emissora esteve no ar. Por lá, Alberto Léo tabelou com vários nomes da crônica esportiva, entre eles o jornalista e ex-treinador da Seleção Brasileira, João Saldanha.

    A história de Léo se confunde com a da Manchete. Funcionário desde o primeiro dia em que o canal estreou, o narrador cobriu diversos eventos até virar chefe do departamento de esportes.

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    No currículo dele estão os Jogos Olímpicos de Seul, na Coreia do Sul (1988), de Barcelona, na Espanha (1992), e em Atlanta, nos Estados Unidos (1996).

    Léo também cobriu três Copas do Mundo. Liderada por ele, a Manchete transmitiu os Mundiais do México (1986), da Alemanha Ocidental (1990), dos Estados Unidos (1994) e da França (1998), além de incontáveis Campeonatos Cariocas e Copas do Brasil.

    O editor-chefe

    Sérgio Du Bocage, Márcio Guedes e Alberto Léo
    Sérgio Du Bocage, Márcio Guedes e Alberto Léo (Divulgação)

    Depois que a Manchete encerrou suas atividades em 1999, Alberto Léo ainda fez parte da equipe que ficou na mudança para a RedeTV!, narrando alguns jogos da Champions League da UEFA.

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    Em 2000, o jornalista foi para a EBC (Empresa Brasil de Comunicação), na emissora TV Brasil, onde participou de vários programas como EsportVisão e No Mundo da Bola.

    Na emissora pública, Léo transmitiu a Copa São Paulo de Futebol Júnior e as Séries B e C do Campeonato Brasileiro. Também foi editor-chefe do programa Ataque e atuou como Gerente dos Esportes do canal.

    Conhecido pela sua ótima memória, capaz de trazer qualquer escalação como se tivesse guardadas em pastas extremamente organizadas, Alberto Léo resgatava momentos históricos do futebol com uma facilidade ímpar.

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    Tricolor de coração

    Álvaro José
    Álvaro José (Reprodução / Web)

    Torcedor do Fluminense, o narrador recebeu homenagem de outra lenda do jornalismo esportivo quando partiu: Álvaro José.

    O narrador da Band é um ícone dos esportes olímpicos e publicou em seu site lembranças do colega com quem dividiu coberturas pelo mundo afora.

    “Em Seul ele já era grande destaque na emissora dos Bloch e estivemos juntos algumas vezes por lá em meio a toda correria que o maior evento do mundo exige de um jornalista. Voz marcante, narração perfeita. Esse era Alberto Léo. Torcedor do Fluminense como meu pai, ele participou de um momento mágico da comunicação e do esporte na televisão brasileira quando três ou mais emissoras abertas transmitiam eventos esportivos ao vivo”, escreveu Álvaro José.

    Ele fez questão de ressaltar a importância de Alberto Léo para toda uma geração de jornalistas.

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    “Alberto Léo participou da formação de toda uma geração de brasileiros que se identifica com o esporte muito além do universo do futebol. Incentivador do esporte, Alberto Léo era o responsável pelo esporte na TV Brasil. Estava lá desde 2001 quando a emissora ainda era a TVE Rio. Privilegiados os que puderam trabalhar e conviver com ele. Saudades”, finalizou.

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