Nos últimos dias, principalmente após a revoltante derrota do Brasil para a Croácia, na Copa do Catar, o ex-jogador e apresentador Neto estava igual televisão velha, sem controle. Neto é apresentador do programa Donos da Bola, da Band.

    Antônio Carlos Zago e Ronaldo Fenômeno no Corinthians
    Reprodução / Deporte Total

    Ao final do jogo, que aconteceu no dia 9 de dezembro, Neto entrou ao vivo e, aos berros, criticava a atuação do ex-técnico da seleção, Tite. Com palavras de baixo calão, disparou:

    “Tite, filho da p***, seu desgraçado! Eu falei que era o Neymar para bater (o pênalti). A culpa é do Tite! O Neymar deixou de bater o pênalti, o maior cobrador do mundo! Seu sem-vergonha! Você não merece estar aí”, falou.

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    Opiniões divididas

    A reação de Neto dividiu opiniões. Para milhares, ele foi a voz (e o choro) que expôs a revolta de uma torcida desolada. Para outros, ele passou do ponto.

    Conforme noticiou o portal ESPN, Ronaldo Fenômeno (durante uma live em seu canal Ronaldo TV) criticou a postura de Neto, alegando que o apresentador está incitando o ódio.

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    “Essa guerra pelos likes e engajamento… Você vê o Neto descontrolado, xingando todo mundo, menor respeito pelas pessoas. Isso devia ser proibido, essa incitação ao ódio. A pessoa chega a babar de ódio falando do outro, uma coisa horrível!”, falou Ronaldo.

    Direito de resposta

    Neto em Os Donos da Bola, na Band

    Como Neto não tem “tramelas na língua”, já rebateu a crítica na abertura do seu programa, dia 14 de dezembro:

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    “(…) Ronaldo, deixa eu falar pra você… Primeiro, eu represento o povo. Você representa os ricos, quem compra direitos esportivos. Você compra jogadores. Falou em 2014 que não precisava de hospital aqui e 700 mil pessoas morreram. Você não vive no Brasil. Está aqui. Como jogador é um fenômeno, um dos maiores de todos. E eu não estou nem aí para você, meu irmão. Por sinal, você poderia falar para todo mundo o que você fez em Presidente Prudente, na casa do Antônio Carlos, quem dirigiu a Kombi. Quando você fala de mim, cuidado que seu telhado é de vidro”, falou em tom ameaçador.

    E não parou por aí, Neto criticou feitos recentes do ex-jogador.

    “Faço isso há 20 anos, não sou bacana igual você. Eu não como carne de ouro, irmão. O povo come carne de segunda, e eu represento o povo. Você representa o ouro, Midas, tudo que a gente não tem. Você tem o direito de me criticar, de achar que eu não poderia ter feito aquilo, mas eu fiz. Está acabado, está feito e eu faço de novo. Você passou pano na cabeça de todos os jogadores. Você teve COVID-19 e jantou com jogadores. Falou mal do Danilo, que a seleção não poderia tomar gol em cinco minutos. Por que não falou isso antes?”, completou

    Além de criticar a postura de Ronaldo, Neto ainda apontou o dedo para a proximidade do Fenômeno com ex-dirigentes da CBF, presos por corrupção:

    “Eu não passo pano. Talvez me prejudique por isso. Você vai ter canal de televisão, manda na CBF, (…) na Copa de 2014 estava junto com o Marco Polo Del Nero, José Maria Marín, com todos os ladrões que foram presos. Eu não, eu moro na Paraisópolis. Não preciso de você. Não joguei 0,00001% do que você, mas sou muito melhor como homem, como ser humano. (…) Não tenho medo de você. Se ficar enchendo muito o saco, eu falo tudo o que aconteceu em Presidente Prudente”, concluiu.

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    Noitada no Pop’s Drinks

    Antônio Carlos Zago no Bragantino
    Reprodução / Bragantino

    Mas, afinal de contas, o que aconteceu em Presidente Prudente? Segundo o portal FutFlix, o bafão foi a saída clandestina de Ronaldo e o diretor técnico do Corinthians, Antônio Carlos Zago (foto acima), em uma boate na cidade do interior de São Paulo, em meados de 2008. Ronaldo acabara de ser contratado pelo Timão e deveria ter se apresentado às 23h na concentração, mas só apareceu por volta das 5h30 da manhã. A “gandaia” rendeu uma multa salgada ao então jogador e a demissão de Antônio Carlos.

    A confirmação do acontecido veio através da coluna de Cosme Rímoli, que num artigo de 2017 conta a derrocada de Antônio Carlos Zago, com sarcasmo, ares de vingança e riqueza de detalhes, após ter sido prejudicado pelo então diretor técnico.

    Na fatídica estreia de Ronaldo, numa partida contra o Palmeiras, em Presidente Prudente, Antônio Carlos ofereceu um almoço em sua mansão (pois ele é nascido em Presidente Prudente), para Ronaldo, Andrés Sanchez (presidente do clube, na época) e o prefeito da cidade. Como era folga dos jogadores, o almoço se estendeu. Uma bebida aqui, outra acolá e lá se foi o juízo.

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    Como relatado acima, Antônio Carlos levou Ronaldo para uma casa de shows eróticos, e o Fenômeno “enfiou o pé na jaca” (e olha que não era só o pé que ele queria…). Chegou bêbado ao hotel, junto com uma prostituta, e queria a qualquer custo que ela subisse com ele para o quarto. A equipe de segurança proibiu e o atacante fez um escândalo. Logicamente que a equipe pôs panos quentes, a estreia aconteceu e “seguiu-se o baile”.

    Anos mais tarde, Neto joga a verdade na cara de Ronaldo e comprova a máxima de “quem não tem teto de vidro, que atire a primeira pedra” ou, para ficar mais didático, não faça a primeira crítica.

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