A final do Campeonato Paulista de 1993 ficou marcada por diversos motivos: o fim da fila do Palmeiras, a imitação de porco, o carrinho de Edmundo em Paulo Sérgio, assim como as expulsões e agressões.

    Craque Neto
    Craque Neto (Reprodução / Web)

    O árbitro da partida em questão foi José Aparecido de Oliveira, que já tinha um passado com o camisa 10 do Corinthians – Neto.

    Zé Aparecido, como era conhecido, também havia apitado uma partida que ficou marcada na história, em 1991. Em outro derby, o juiz levou uma cusparada no rosto do ídolo do Timão, que ficou revoltado após ser expulso.

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    O jogo terminou com vitória do alviverde por 2 a 1, mas o placar ficou em segundo plano. Esse triste episódio ficou marcado não só pelo ato de agressão, mas pelo racismo, segundo o próprio ex-jogador sempre comentou.

    José Aparecido de Oliveira
    José Aparecido de Oliveira (Divulgação / Safesp)

    Aos 71 anos, José Aparecido de Oliveira faleceu no dia 20 de junho deste ano, após o rompimento de uma artéria no coração. O falecimento foi confirmado pelo Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de São Paulo (Safesp).

    Perdão em vida

    José Aparecido Oliveira e Neto
    José Aparecido Oliveira e Neto (Reprodução / ESPN Brasil)

    Em 2017, os envolvidos se encontraram no Morumbi e Neto fez questão de pedir perdão ao ex-árbitro, que perdoou o apresentador. Para Neto, o perdão de Zé Aparecido foi o melhor remédio para a culpa que carregava.

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    Um ano antes de se encontrarem, o ex-árbitro já havia comentado sobre o caso em entrevista para o UOL. Ele aproveitou o momento para dizer que não tinha nada contra o apresentador.

    “Posteriormente [a partida] ele se encontrou comigo, pediu desculpas, eu não tenho nada contra ele. Acho ele hoje um excelente comentarista, ele fala o que o torcedor, o que o povo quer ouvir, é muito corajoso para dizer o que pensa”, afirmou José Aparecido para o UOL em 2016.

    Em 2014, em seu programa Os Donos da Bola, Neto também falou sobre o caso.

    “Eu tomei 120 dias [de suspensão], mas deveria ter tomado um ano. Porque o que eu fiz foi muito mais sujo e muito mais grave do que todos aqueles que agrediram com a mão”, lembrou o apresentador.

    Fui racista

    Mano Brown e Neto
    Mano Brown e Neto (Reprodução / Web)

    No dia 18 de maio, o apresentador foi convidado pelo Rapper Mano Brown para participar de seu podcast Mano a Mano. Durante a conversa, Brown questionou Neto sobre esse episódio.

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    “Eu cuspi no rosto do Zé Aparecido e eu fui racista. Racista nojento, escroto, covarde. E os meus filhos sabem disso. E eu aprendi a não ser mais (…) Quando eu cuspi no rosto do Zé Aparecido [árbitro de futebol], será que se fosse um branco eu cuspiria? Esse ato nojento que eu fiz, há mais de 30 anos. O nosso país é muito racista, essa hipocrisia que a gente convive diariamente”, disse Neto.

    O apresentador fez questão de falar de forma direta sobre pautas sociais que estão no dia a dia, inclusive no futebol. Para ele, o o campo – e os bastidores – é um reflexo da sociedade; assim, tudo que acontece no trânsito, no transporte público, em todas as esferas da sociedade, também acontece no futebol.

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