Nicolas Sebastien Anelka, 43 anos, é francês, convertido ao islamismo e brilhou no futebol europeu como jogador entre 1995 e 2015. Começou sua carreira na adolescência nas categorias de base do Paris Saint-Germain, clube que hoje conta com nomes como Neymar e Mbappé.

    Sua ascensão foi meteórica, proporcional a sua antipatia. Aos 17 anos, chamado pelo técnico Arsène Wenger, Anelka foi para o Arsenal e logo se tornou centro de uma milionária negociação entre o time inglês e o Real Madrid.

    CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

    Jogador de milhões

    Foi a primeira de muitas negociações que se seguiram. Anelka foi comprado pelos ingleses por 750 mil euros e vendido aos espanhóis por 35 milhões de euros (tá bom pra vocês?).

    O jogador atuou em mais de 15 clubes e seu passe rendeu mais de 120 milhões de euros em negociações. Segundo a imprensa especializada, apenas Ibrahimovic (foto acima) supera a cifra estratosférica.

    CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

    Porém, o jogador se destaca mais pelo valor das transferências do que pelo futebol em si.

    Carreira

    Sua temporada no Arsenal lhe rendeu destaque como o melhor jogador jovem da Premier League de 1996. Junto com a premiação, veio a convocação para a seleção francesa na Copa de 1998, onde foi um dos reservas.

    CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

    No Real Madrid, fez uma campanha morna, sem muitos destaques, mas ainda assim foi autor do gol de empate contra o Corinthians no Mundial de Clubes da FIFA, em 2000.

    Ficou esquentando o banco de reservas por um bom tempo, até que retornou ao Paris Saint-Germain no mesmo ano. Ainda em 2000, foi reserva da seleção nacional na Eurocopa e, em 2001, na Copa das Confederações da FIFA.

    Durante sua estadia no PSG, foi emprestado ao Liverpool, onde atuou por um ano e, sequencialmente, foi vendido ao Manchester City (foto acima). No clube inglês, Anelka se destacou atuando em 103 jogos e marcando 46 gols. Pode-se dizer que foi uma de suas melhores atuações no futebol.

    CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

    Em 2005, o jogador foi comprado pelo clube turco Fenerbahçe, onde conquistou a Süper Lig de 2004/2005. Pouco mais de um ano depois, voltou à terra da Rainha, desta vez pelo Bolton Wanderers.

    Seguiu para o Chelsea em 2008 e fez bonito. Sob a direção de Luiz Felipe Scolari, Anelka foi artilheiro da Premier League naquele ano. Contudo, desperdiçou o pênalti que traria ao clube o título da Liga dos Campeões da UEFA.

    Tragédia anunciada

    CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

    Mesmo com seu gênio difícil, Anelka foi convocado como titular da França para a Copa do Mundo de 2010, que aconteceu na África do Sul. Mas o caos previsto realmente aconteceu.

    Durante o intervalo da partida entre França e México, Anelka insultou o técnico Raymond Domenech e foi cortado da equipe. Na época, o presidente da FFF (Federação Francesa de Futebol), Jean-Pierre Escalettes, pediu ao jogador que se desculpasse com o treinador, mas ele se recusou.

    “As palavras ditas por Nicolas Anelka para o técnico da seleção, Raymond Domenech, são completamente inaceitáveis para a Federação Francesa de Futebol, ao futebol francês e aos valores por eles defendidos”, dizia a nota da FFF.

    O jornalL’Équipe estampou em sua manchete: “vá tomar no c…, sujo, filho da p…”, supostamente palavras ditas por Anelka ao treinador, em resposta às críticas sobre sua atuação e à substituição.

    CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

    Pelo ocorrido, o jogador foi expulso da concentração da seleção francesa e suspenso por 18 jogos pela Federação. Em entrevista à ESPN, em 2020, o ex-jogador deu a sua versão do ocorrido:

    “Entrei frustrado no vestiário. Fiquei irritado por não ter encostado na bola e por não ter encontrado nenhuma solução. Doménech disse meu nome, mas não admito que façam isso em público… Falou como se eu fosse o inimigo número um do time. Foi um erro, mas me senti agredido”.

    Pós-caos

    Dado o vexame, em 2011 Anelka foi para a China defender o Shanghai Shenhua, mas durou pouco tempo por lá. Em 2013, voltou à Europa e foi para o Juventus, da Itália, onde atuou por seis meses, numa campanha pífia. Três partidas e nenhum gol marcado.

    Mais uma vez na Inglaterra, Anelka defendeu o West Bromwich (foto acima) por poucos meses. Na ocasião, ao marcar um gol, o jogador comemorou o feito com um gesto antissemita, o que gerou duras críticas e punição, levando o jogador a sair do clube em 2014.

    No mesmo ano, mais uma polêmica, agora envolvendo o Brasil. O Atlético Mineiro anunciava a contratação do jogador, porém Anelka não se apresentou ao clube, levando ao cancelamento do contrato.

    O jogador defendeu-se dizendo que nada havia sido acordado, chamando Alexandre Kalil (presidente do Clube na época) de mentiroso. Este, por sua vez, não deixou barato, mostrando o contrato assinado pelo jogador, botando tudo em pratos limpos.

    E a cada conflito, uma nova mudança. Anelka foi para o Mumbai City, da Índia, em 2015, inaugurando a Superliga Indiana de Futebol. Na segunda temporada, além de jogador, Anelka se tornou treinador do time.

    E assim aposentou as chuteiras. Ficou apenas nos bastidores, como técnico e diretor de futebol.

    Do Mumbai City foi para as categorias de base do Lille, em 2018, e, em 2021, para o Hyères, ambos na França, seu país natal.

    Em 2020, Anelka ganhou um documentário contando sua história e o fatídico episódio da Copa de 2010. Em Anelka – O incompreendido, mostra-se os dois lados da moeda, com depoimentos de amigos e companheiros de equipe.

    O documentário está disponível no Netflix.

    Share.