O ano de 2019 não foi fácil para o Cruzeiro, já que o clube acabou rebaixado no Campeonato Brasileiro e com o elenco rachado. Dedé era um dos líderes do grupo e revelou ter mágoa de Rogério Ceni, treinador que tentou impedir o descenso do time.

    Rogerio Ceni treinando o SPFC
    Rogerio Ceni (Rubens Chiri / saopaulofc.net)

    Ceni chegou no dia 11 de agosto daquele ano e, desde então, imprimiu sua filosofia de jogo nos treinos, com muita intensidade e posse de bola. Já nas primeiras partidas à frente do clube, foi possível notar o DNA do novo treinador.

    Os três primeiros jogos contra Santos (V), CSA fora de casa (E) e Vasco da Gama (V), pareciam ser o início de uma remontada da raposa no torneio. Contudo, foi a partir daí que a relação começou a ruir.

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    Em 14 de outubro de 2021, o ex-zagueiro Dedé participou do podcast Flow Sport Club e explicou por que, na sua concepção, o trabalho de Ceni não foi para frente.

    Perdeu o vestiário

    Dedé no Flow Sport Clube
    Dedé no Flow Sport Clube (Reprodução / Youtube)

    De acordo com Dedé, o treinador perdeu o vestiário ao se desentender com Thiago Neves, principal referência técnica do time.

    “Depois, no jogo contra o Ceará, empatamos. Mas eu via que o jogo precisava de um Thiago Neves, que não entrou pelo atrito com o Rogério. Eu sou um cara que fala, então eu fui sincero”, iniciou Dedé.

    O ex-atleta tentou ponderar com Ceni, mas não teve sucesso, e ainda acabou saindo magoado com a atitude do seu ex-comandante.

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    “Cheguei no vestiário e falei ‘pô, Rogério, não precisa ser amigo, temos que ser profissionais e tal’, e ele deu as costas. Depois disso, deu aquela confusão com a diretoria, eu fiquei nervoso, e depois veio a demissão”, completou o ex-zagueiro.

    Thiago Neves e Rogério Ceni em treinamento do Cruzeiro
    Thiago Neves e Rogério Ceni em treino (Bruno Haddad / Cruzeiro)

    Apesar da briga, que culminou na demissão do treinador e, consequentemente, na queda do time para a Séria B, Dedé, em entrevista ao Charla Podcast, no dia 21 de outubro, colocou o treino de Ceni como o melhor que já teve como jogador.

    Fala, Zezé!

    Zezé Perrella
    Zezé Perrella (Vinnicius Silva / Cruzeiro)

    Após a eliminação na Copa do Brasil para o Internacional, Rogério Ceni deixou o Cruzeiro tendo que ouvir de Thiago Neves que em ‘jogo importante não pode inventar’ – alusão ao improviso do volante Jadson na lateral.

    O principal pivô da queda do treinador também protagonizou outro episódio emblemático. O meia Thiago Neves teve seu áudio vazado ao cobrar do cartola cruzeirense, Zezé Perrella, 60% de um salário pendente. Na oportunidade, sobrou até para o CSA, próximo adversário do Cruzeiro.

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    “Fala Zezé, bom dia, cara. Deixa eu te falar uma coisa. Eu estou pensando aqui, sei que está difícil para vocês aí arrumarem recursos, sei que está correndo atrás, mas estou falando por mim, não falei com ninguém tá, do time. Vê se você não consegue pelo menos pagar esses outros 60% antes do jogo de quinta-feira, que aí não precisa nem ter bicho, entendeu, para ganhar jogo”, iniciou o ex-meia.

    “É uma motivação a mais para a gente cara, acertar o salário aí. Aí você não precisa arrumar uma premiação para ganhar o jogo, porque a obrigação nossa é ganhar esse jogo. Tá louco! Se a gente não ganhar do CSA, pelo amor de Deus. Pô, faz esse esforço para a gente aí, até quinta-feira, tentar acertar esses 60% que estão atrasados do salário”, finalizou Thiago Neves.

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